O Casamento: A Base da Família

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O Casamento

A Base da Família

Desde o início Deus ensinou que “deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gênesis 2:24). Esse acordo especial, esse vínculo entre um homem e uma mulher, foi criado para durar, como é dito nas cerimônias tradicionais de casamento: “Até que a morte nos separe”. Ele foi planejado para ser um relacionamento para toda a vida (Romanos 7:2-3), que geraria filhos piedosos (Malaquias 2:15) e ajudaria a ambos os cônjuges a compreender melhor a relação profunda de amor entre Jesus Cristo e os membros da “família de Deus”, a Sua Igreja (Efésios 5:25-32; 2:19-22).

Um casamento feliz é uma das maiores bênçãos que podemos usufruir. Deus planejou para que os casais vivessem felizes para sempre, uma vez que trocassem seus votos de casamento. Para este fim Eclesiastes 9:9 instrui aos maridos: “Desfrute a vida com a mulher a quem você ama, todos os dias desta vida sem sentido que Deus dá a você debaixo do sol; todos os seus dias sem sentido! Pois essa é a sua recompensa na vida pelo seu árduo trabalho debaixo do sol” (NVI). Da mesma forma, as mulheres devem desfrutar a vida com seus maridos.

No entanto, a julgar pelas taxas de divórcio em muitos países, a humanidade ainda não aprendeu como fazer isso. Todo mundo quer um bom casamento, mas poucos estão dispostos a seguir as instruções de Deus que, se seguidas, produziria relações afetuosas e comprometidas.

Deus criou o casamento e quer que sejamos felizes nele (Gênesis 2:24). Para obter sucesso nessa área da vida, precisamos aprender do Criador do casamento os princípios que levam a uniões felizes e bem sucedidas. Em suma, precisamos compreender e aplicar conceitos que funcionam ao invés de seguir caminhos modernos que tantas vezes têm levado ao fracasso.

Namoro: preparação para o casamento

De acordo com a Palavra de Deus, o alicerce para um bom casamento é definido muito antes da cerimônia de casamento. É estabelecido quando duas pessoas começam a namorar.

Conforme os filhos crescem os pais costumam ouvir esta pergunta: “Quando posso começar a namorar?” Embora a Bíblia não especifique nenhuma idade apropriada para o namoro, os pais sábios vão ensinar a seus filhos maduros os princípios bíblicos que irão ajudá-los a seguir os padrões de comportamento de Deus. Os pais devem decidir quando seus filhos estão prontos para namorar baseando-se em sua maturidade e disposição de aceitar a responsabilidade por suas ações. Antes de os pais permitirem o namoro, eles devem ensinar e incentivar os filhos a seguir os padrões bíblicos ao invés de deixá-los à vontade para fazerem o que vem naturalmente.

Ensinar a seus filhos os critérios de Deus antes de lhes dar autorização para namorar pode parecer antiquado e restritivo àqueles que supostamente têm pensamentos iluminados. Mas, igualmente, a maioria dos governos não permite que as pessoas dirijam automóveis até demonstrarem ter o conhecimento e a habilidade necessária para fazer isso de forma segura. Nenhum pai ou mãe responsável iria colocar o seu filho adolescente para dirigir um automóvel no meio de uma estrada movimentada, sem ter lhe dado instruções sobre como dirigir.

O namoro em nosso mundo moderno traz seus perigos e consequências. Sem instrução adequada, muitos jovens tornam-se promíscuos, contraindo doenças sexualmente transmissíveis, passando por uma gravidez indesejada e escolhendo caminhos errados que no momento parecem divertidos e corretos, mas que levam a enormes angústias (Provérbios 14:12 e 16:25). Desde cedo, eles precisam de instruções, conversas interativas sobre o por quê e como os valores bíblicos podem protegê-los de tamanho sofrimento.

Sem essa instrução adequada, muitas pessoas nunca vão experimentar um casamento feliz. Os pais amorosos jamais desejariam tamanha desgraça a seus filhos! Mas deixá-los desavisados é encaminhá-los direto para o sofrimento. Uma boa e clara compreensão dos padrões de Deus sobre o namoro e o casamento é uma das maiores bênçãos que os filhos podem receber de seus pais.

No entanto, muitos jovens já foram muito além desse ponto, tendo alcançado a maioridade―alguns até chegaram a casar-se e, talvez, até mesmo a divorciar-se. Obviamente, o ideal é ensinar aos jovens a terem um comportamento adequado quanto ao namoro. Mas o que dizer dos adultos? Como fazer uma mudança de princípios? Os adultos por serem mais velhos podem ter mais liberdade do que os adolescentes? Todas as coisas são apropriadas para os adultos com consentimento?

Como veremos, os critérios de Deus para o namoro se aplicam às pessoas de todas as idades. Ele não tem dois conjuntos de orientações, uma para adultos e outra para jovens. Seguir as leis bíblicas é igualmente benéfico independente da idade. Transgredir as leis de Deus é igualmente desastroso para as pessoas de todas as idades.

Os critérios modernos de namoro

Para entender a diferença entre o caminho de Deus e o do mundo, considere as práticas de namoro comuns no mundo ocidental.

Muitos supõem que, quando as pessoas estão namorando, a relação sexual é o jeito correto de determinar se são compatíveis. Eles acreditam que o sexo é simplesmente uma expressão natural do amor entre duas pessoas e assim a coisa natural seria que os indivíduos vivessem juntos ou “ficassem juntos” em um relacionamento de namoro íntimo. Se um casal então rompe essa relação e os dois começam a flertar com outras pessoas, o senso comum é que eles estão livres para ter relações sexuais com seus novos parceiros.

Esta prática de monogamia serial―ser sexualmente ativo com apenas uma pessoa solteira a cada tempo―é considerada amplamente como uma forma adequada de namoro até encontrar um futuro companheiro.

Nos Estados Unidos cerca de dois terços das mulheres casadas, nos seus vinte anos, coabitaram com seus futuros maridos antes do casamento (Robert Moeller, “Boletim da Moralidade nos Estados Unidos”, Leitor Cristão [Christian Reader], novembro e dezembro de 1995, págs. 97-100). Esta prática duvidosa é seguida pela maioria dos jovens adultos no mundo ocidental.

Outro princípio honroso, de acordo com os padrões atuais, é que os parceiros informem quaisquer doenças sexualmente transmissíveis antes da relação sexual para que a proteção adequada seja empregada. Além disso, a prática do “sexo seguro” (uso de contraceptivos para evitar a doença e gravidezes indesejadas) é apresentada como a coisa certa a fazer. Estas práticas são tão amplamente aceitas que um número crescente de escolas fornece contraceptivos gratuitos para os alunos, sem nenhum questionamento.

Embora essas abordagens possam parecer lógicas, elas estão longe dos critérios de Deus. O que muitos não entendem é que tal falta de lógica é precisamente a causa de tantos relacionamentos infelizes e casamentos fracassados. Vamos considerar o que Deus tem a dizer.

Os critérios de Deus sobre o namoro

Registros históricos, como os da antiga cidade de Corinto, revelam que no coração do Império Romano, a civilização tecnologicamente mais avançada da época, os valores sexuais do primeiro século, eram semelhantes aos atuais conceitos modernos sobre o namoro. Os padrões eram tão distorcidos que as relações sexuais com prostitutas do templo não eram consideradas escandalosas, mas uma forma apropriada de adoração.

Através do apóstolo Paulo, Deus ensinou aos coríntios um caminho melhor. “Fujam da imoralidade sexual”, escreveu ele. “Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo. Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo . . . que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo” (1 Coríntios 6:18-20, NVI).

Como é que Paulo ousou tratar do comportamento privado das pessoas? Ele teve tamanha ousadia porque sabia que Deus permite as relações sexuais somente dentro do casamento (Gênesis 2:24, Hebreus 13:4). As relações sexuais em qualquer outra situação eram e são imorais.

Mais tarde, Paulo tratou das relações entre os membros do sexo oposto ainda mais diretamente. Exortando os irmãos a viverem suas vidas de uma maneira agradável a Deus (1 Tessalonicenses 4:1), ele escreveu:

“A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus. Neste assunto, ninguém prejudique seu irmão nem dele se aproveite.

“O Senhor castigará todas essas práticas, como já lhes dissemos e asseguramos. Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. Portanto, aquele que rejeita estas coisas não está rejeitando o homem, mas a Deus, que lhes dá o seu Espírito Santo” (versículos 3-8, NVI).

O costume e a prática do namoro―que leva ao casamento―devem ser acompanhados de honra. E não deve ser desvalorizado como uma desculpa para a satisfação sexual. Deus espera que permaneçamos virgens até o casamento. Esse enfoque demonstra respeito a Deus, a nosso corpo, a nosso futuro esposo (ou esposa) e à instituição divina do casamento.

O caminho de Deus é o melhor caminho para fazer um casamento dar certo. Os sociólogos descobriram que o critério de Deus para o namoro é o que produz casamentos duradouros. “Depois de analisar os padrões de coabitação e casamento entre cerca de treze mil adultos, dois sociólogos da Universidade de Wisconsin-Madison concluíram que nos casais que viveram juntos antes do casamento experimentavam níveis mais altos de conflito conjugal e não se comunicavam bem. Esses casais eram menos comprometidos ao casamento e viam o divórcio como maior probabilidade do que aqueles que não tinham coabitado antes do casamento” (Jornal do Matrimônio e da Família, Vol. 54., 1992).

Namoro: Aprendendo a maneira correta

Como é que os pais responsáveis, podem acabar com a pressão que seus filhos sofrem para se entregarem a práticas imorais de namoro?

O primeiro passo, como observado anteriormente, é ensiná-los os princípios divinos de namoro e amizade. Quando os adolescentes estão prontos, muitas famílias percebem que namoros em grupo é uma boa introdução aos estágios iniciais dum relacionamento antes de os jovens entrarem no seu próximo estágio da vida.

Considerando que os adolescentes, geralmente, não estão prontos para o casamento―por causa da imaturidade e da necessidade de formação educacional e profissional―algumas das pressões e tentações durante o namoro a só podem ser evitadas através de namoros em grupo. O desenvolvimento social e o aprendizado sobre como se divertir na companhia do sexo oposto são experiências saudáveis para os adolescentes em um ambiente seguro.

Namoro para casamento

Quando duas pessoas maduras começam a namorar pensando em casamento, elas devem considerar muitas coisas. Quais são os valores defendidos pela outra pessoa? Será que ela acredita em Deus? Será que obedece a Deus? Quais são seus critérios e valores pessoais? Quais são as suas preferências, antipatias, caráter e personalidade? O que torna essa pessoa o par ideal? Será que eu conseguiria amá-la e respeitá-la?

Muitas vezes, no namoro moderno pouco se pensa no parceiro como alguém para toda a vida―além de que os dois desfrutam da relação sexual. No entanto, quando duas pessoas se abstêm da carga emocional advinda das relações sexuais como Deus instrui, elas podem ser muito mais racionais ao refletir sobre os valores e as características pessoais de um possível cônjuge.

Encontrar um companheiro com valores religiosos semelhantes é um assunto muito importante. A antiga nação de Israel repetidamente perdia seus vínculos espirituais quando os seus cidadãos se casavam com pessoas de diferentes convicções e práticas religiosas (Números 25:1-3; Neemias 13:23-26). Casar-se dentro de sua própria fé ainda é muitíssimo importante.

O ideal é que os filhos tenham os pais acreditando, praticando e ensinando os mesmos princípios religiosos. Quando os filhos têm pais que defendem valores diferentes, eles ficam confusos. Mesmo se os filhos não estejam envolvidos, o confronto entre os dois sistemas de valores concorrentes dos pais pode ser doloroso. Depois de uma experiência amarga, muitos desejariam, quando estavam namorando, ter seguido o conselho do apóstolo Paulo sobre o “jugo desigual” com alguém de crença religiosa diferente (2 Coríntios 6:14).

Quando duas pessoas desejam noivar para se casar, se forem sábios, buscarão aconselhamento pré-nupcial. Este aconselhamento pode ajudar os casais a refletirem em seus pontos fortes e fracos antes do casamento. Além de uma revisão objetiva, eles podem discutir as suas habilidades de relacionamento.

Embora a decisão de casar seja uma questão pessoal, esse tipo de informação pode ajudar os casais a fazerem escolhas mais sábias sobre com quem estão casando. Para aqueles que decidam continuar com o plano de casamento, os conhecimentos adquiridos através do aconselhamento pré-nupcial pode estabelecer uma base para um relacionamento duradouro.

Um alicerce para o casamento

Dentro do casamento Deus dá, ao esposo e à esposa, instruções específicas que trazem paz e felicidade. Que tenha sido ou não seguidas as instruções de Deus a respeito do namoro, esses princípios podem ajudar a qualquer casamento.

Embora a melhor forma de agir seja seguir desde sempre todas as instruções de Deus, mesmo assim Ele permite e incentiva todos a se converter dos seus pecados passados e começar a obedecê-Lo (Ezequiel 18:21; Atos 2:38; 26:18). (Se você gostaria de saber mais sobre o propósito da vida humana e como confiar sua vida a Deus, solicite nossos livros gratuitos Qual é o Seu Destino? e O Caminho Para a Vida Eterna).

Embora as relações sólidas sejam construídas mais rapidamente quando ambos o marido e a esposa aceitam e praticam as leis de Deus, sem dúvida, Deus espera que cada um de nós responda-Lhe, independentemente das circunstâncias do nosso casamento (Tiago 4:17). Mesmo quando apenas um dos cônjuges entrega sua vida a Deus e Suas normas, isto abre a porta das bênçãos de Deus para ambos os parceiros (1 Coríntios 7:13-14). Um exemplo positivo de obediência piedosa a Deus pelo marido ou esposa pode influenciar o outro a querer agradar a Deus (1 Pedro 3:1-4). Uma pessoa pode fazer a diferença.

Vejamos alguns princípios bíblicos que, quando seguidos, fazem o casamento dar certo.

Um compromisso por toda a vida

No início do livro de Gênesis Deus nos diz que, corretamente, um homem “deixará pai e mãe” e “se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne” (Gênesis 2:24, NVI). A palavra hebraica traduzida por “unir-se” é dabaq, que significa “apegar-se, unir, manter-se perto”.

“Usada no hebraico moderno, no sentido de ‘afixar, aderir’, dabaq produz a forma substantiva para ‘cola’ e também para as ideias mais abstratas de ‘devoção, lealdade’” (Dicionário Expositivo de Termos Bíblicos de Vine, 1985, “Unir-se, Apegar-se”).

Quando um casal, marido e mulher, obedece ao mandamento bíblico de unir-se um ao outro, eles vão-se aderir ou ‘colar’ um ao outro, literalmente. Ter relações sexuais, sendo “uma só carne”, faz parte do compromisso com o outro no casamento. Esse compromisso inclui a fidelidade, a confiança e o caráter para agir corretamente quando sob pressão ou tentação. No entanto, muitas vezes as pessoas se envolvem com o sexo sem compromisso—uma contradição desse princípio fundamental para casamentos bem sucedidos.

Quando duas pessoas trocam votos no casamento, elas fazem um compromisso vitalício. Biblicamente falando, esta é uma aliança (Malaquias 2:14)—uma promessa solene a Deus e a um companheiro para ser fiel.

Esse compromisso não deve ser encarado com superficialidade ou mantido somente quando se deseja. Precisamos entender que nossos sentimentos podem nos enganar. Deus não se agrada com apenas lampejos ocasionais de lealdade e obediência a Ele sempre que for conveniente a nós. Da mesma forma, a pessoa que deseja um bom casamento nunca deve ver com transitoriedade a pessoa com quem se comprometerá.

Os bons relacionamentos são perduráveis, confiáveis e comprometidos—mesmo em circunstâncias difíceis. Quando duas pessoas se comprometem a seguir a Deus e Suas instruções dentro do seu casamento estão dando os primeiros passos para uma relação feliz e duradoura.

O que é amor?

Amar e ser amado é uma das experiências mais emocionantes que uma pessoa pode desfrutar. Os escritores, os poetas antigos e modernos falam do poder e da emoção do amor romântico. Contudo, a Bíblia revela que o amor, no seu sentido mais amplo, é uma escolha. Amor é algo que escolhemos fazer.

Deus diz aos maridos que devem amar suas esposas (Efésios 5:25, 28; Colossenses 3:19)—e não apenas se lhes apetecem. Por falta desse entendimento fundamental, tragicamente muitos casais acreditam que não têm controle sobre seus sentimentos. E chegam a concluir que o amor aparece ou desaparece, como num passe de mágica. Por isso muitos têm sofrido e ainda acabado com os relacionamentos por causa de dificuldades que poderiam ter sido resolvidas.

Em uma bela explicação do amor que Deus espera de nós, o apóstolo Paulo descreve a natureza e as qualidades deste amor: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece” (1 Coríntios 13:4-8, NVI).

O amor é muito mais do que uma emoção vaga ou uma atração física. Praticar o amor verdadeiro exige uma escolha consciente e determinação. O amor genuíno consegue demonstrar bondade e paciência diante do sofrimento. Não retribui o mal com o mal (Romanos 12:17, 1 Tessalonicenses 5:15). As pessoas que vivem esse tipo de amor seguem o exemplo do próprio Deus, que “é benigno até para com os ingratos e maus” (Lucas 6:35).

Esse amor pleno e completo é o amor que Deus espera que os maridos demonstrem a suas esposas. É o fundamento da liderança piedosa. Sem ele, os maridos não podem cumprir corretamente com a atitude de liderança que Deus espera deles dentro do casamento (Efésios 5:23). Quando o marido demonstra o amor divino, toda sua família é beneficiada. Sua esposa e filhos se sentem seguros. Quando eles sabem que são respeitados e amados, torna-se muito mais fácil para eles respeitá-lo como o líder da família.

Os maridos precisam entender que embora Deus tenha lhes dado a responsabilidade de cuidar da família, a sua posição de liderança deve ser usada apenas para o bem da família. Ela nunca deve ser usada por razões egoístas. Este tipo de liderança vem do entendimento de que, antes de tudo, o marido também está sob autoridade—a autoridade de Deus (1 Coríntios 11:3).

Como, historicamente, os maridos não têm correspondido às expectativas de Deus, alguns concluem que a posição de liderança de um pai dentro da família é nociva e fora de moda. O verdadeiro problema, no entanto, é que os maridos negligenciam ou rejeitam as linhas do caráter de santidade—não se utilizando do modelo de Deus em suas famílias. Se aceitarmos as instruções de Deus, devemos aceitar o Seu ensinamento sobre o modelo de casamento.

Deus põe essa grande responsabilidade nos ombros do marido, ou seja, guiar sua esposa e filhos com gentileza e amabilidade. Deus não lhe dá nenhuma autoridade para usar sua posição com aspereza ou egoísmo, nem lhe dá o direito de negligenciar o bem-estar de sua família. A humildade, o oposto do orgulho e arrogância, é essencial na liderança piedosa.

Em uma comovente carta a Tito, Paulo explicou que a estrutura de Deus para as famílias é um ensinamento bíblico fundamental: “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. Quanto aos homens idosos, que sejam temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor e na constância. Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder . . . a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada” (Tito 2:1-5).

Respeito: a chave para um casamento feliz

Deus colocou o marido em um papel de liderança na família, mas Ele espera que homens e mulheres pratiquem o respeito e o amor bíblico (Efésios 5:21).

Além de explicar para os maridos como devem amar suas esposas (Efésios 5:25-33), Paulo dá instruções específicas para as mulheres: “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido” (versículos 22-24).

Este versículo nos ensina que o reconhecimento despendido pela esposa ao seu marido no papel de liderança é um ingrediente vital no modelo divino para o casamento. Isso não significa que o marido deve sempre tomar todas as decisões. Muitos casais bem sucedidos dividem as responsabilidades domésticas, trabalhando juntos de acordo com seus respectivos interesses e pontos fortes. Em um casamento amoroso, ambos os parceiros devem discutir as principais decisões e prioridades. Então, de acordo com o modelo bíblico, se o marido decidir ter a decisão final todos os membros da família devem respeitar.

Mas há momentos em que o marido sabiamente deve ceder às preferências de sua esposa e filhos. Só porque ele tem o direito de tomar as decisões na família não significa que seja sempre melhor que ele tome essa decisão. Muitas decisões são uma questão de preferência, e preferência é uma questão individual. Um marido e pai amoroso deve ser sensível aos desejos e preferências de cada membro da família, desde que não violem os padrões divinos e familiares.

Nenhum marido pode administrar com sucesso a sua casa, a menos que sua esposa coopere e respeite a posição de liderança que Deus lhe deu. Sem essa decisão consciente de obedecer a instrução de Deus, ela vai usurpar o seu papel de liderança na família ou o marido e a mulher estarão constantemente em conflito. Paulo exorta as mulheres a respeitarem seus maridos (versículo 33). Atitude de ambos, maridos e esposas, é a chave para tornar o modelo bíblico de casamento uma experiência prazerosa.

Como o amor, o respeito também implica em fazer uma escolha. Nós podemos escolher respeitar as pessoas pelas suas qualidades positivas ou desprezá-las pelas características que não gostamos. A melhor época para uma avaliação crítica é antes do casamento. Depois do casamento, os cônjuges precisam se concentrar no respeito mútuo. Seja misericordioso ante as imperfeições e exalte abundantemente as boas qualidades. Benjamin Franklin, um dos primeiros estadistas norte-americanos, com sabedoria e humor encarava a situação dessa forma: “Mantenha os olhos bem abertos antes do casamento e meio fechados depois.”

Conflito e comunicação

Os pesquisadores descobriram que a forma de comunicar entre duas pessoas reflete o estado de seu relacionamento. Uma comunicação animada e positiva indica um bom relacionamento e críticas excessivas indicam um relacionamento problemático. Dependendo das circunstâncias, duas pequenas palavras, “desculpe-me”, podem ser tão eficazes quanto “eu te amo”.

Alguns conselheiros matrimoniais dizem que os casais devem aprender a brigar de forma justa e não se preocupar com a quantidade de argumentos. “Exponha todo o seus sentimentos e fale tudo abertamente,” aconselham.

Apesar de que a franqueza pode ser saudável, brigar e discutir sobre cada discordância está provado não ser tão sábio. Um estudo com 691 casais indicou que quanto mais os parceiros argumentam, independentemente do modo, quanto maior probabilidade tinham de se divorciar (Richard Morin, “O que é Justo no Amor e nas Brigas?” Washington Post Weekly, 07 de junho de 1993, pág. 37). Os conflitos diminuem o respeito e podem criar ressentimentos. Um argumento pode se transformar em um catalisador para um divórcio.

Quanto conflito um relacionamento pode suportar? Um método de avaliação, que tem um acerto de noventa por cento na previsão, que mede se um casamento vai durar ou fracassar, baseia-se na quantidade de comentários positivos contra comentários negativos entre os cônjuges. Os pesquisadores descobriram que entre os recém-casados os parceiros que acabariam ficando juntos fizeram cinco ou menos comentários críticos a cada cem comentários sobre o outro. Os recém-casados que mais tarde acabaram se divorciando tinham feito dez ou mais comentários críticos a cada cem (Joanni Schrof, “Uma Lupa no Matrimônio”, US News and World Report, 21 de Fevereiro de 1994, pág. 66-69).

Uma vez que não existem duas pessoas ou até mesmo casais felizes que concordam em tudo, então aprender a resolver pacificamente as diferenças é muito importante para manter o respeito. Aqui estão alguns princípios que os casais deveriam seguir:

• Conversar sobre o assunto. Cada um deve expressar suas crenças e preocupações de uma maneira gentil, sem levantar o tom de voz (Provérbios 15:1). Recusar-se a falar sobre as dificuldades não resolve os problemas. Aprenda a expressar suas opiniões de uma maneira imparcial.

Respeite as diferenças de seu cônjuge. Visto que Deus criou a humanidade com todo tipo de personalidades, precisamos apreciar esses pontos de vista diferentes. Até mesmo as medidas que tomamos para cumprir as instruções de Deus pode variar de pessoa para pessoa (2 Pedro 3:9).

• Buscar uma solução pelo método do ganha-ganha. Sempre que possível buscar soluções para os problemas que sejam aceitáveis para ambas as partes (Filipenses 2:4). Se possível, é melhor ter dois vencedores em vez de um vencedor e um perdedor. Devemos, às vezes, estar dispostos a ceder, desde que uma escolha ou atitude não esteja em conflito com a instrução de Deus (Mateus 5:9; 1 Coríntios 6:7).

Paulo explicou maravilhosamente este princípio: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:4-5).

• Perdoar. Todo mundo comete erros. Perdoe para que Deus e seu cônjuge estejam inclinados a perdoá-lo também (Mateus 6:15; Lucas 6:37). Dê um passo à frente. As ações, muitas vezes acompanham o pensamento. Aproxime-se de seu parceiro no casamento com um espírito de amor e perdão, e peça a Deus para dar-lhe novamente uma atitude correta (Salmo 51:10). Em vez de deixar que suas emoções negativas o governem, esteja determinado a tratar seu cônjuge com respeito (2 Coríntios 10:5). Muitas vezes, as emoções vão coincidir com suas ações.

• Buscar ajuda. Se você já fez tudo o que sabia fazer e ainda assim continuam brigando, procure ajuda profissional competente. Ambos, você e seu cônjuge, podem estar cometendo erros, que nenhum dos dois reconheça, mas que um conselheiro pode discernir isso. Isto é salutar, pois pessoas maduras não têm medo de procurar ajuda quando precisam (Provérbios 4:7; 11:14).

O valor do trabalho em equipe

Deus quer que os casais trabalhem, vivem e se desenvolvam em harmonia. Em vez de travar uma guerra dos sexos, que as filosofias modernas, muitas vezes incentivam, Deus ensina os maridos e as esposas a trabalharem juntos como uma equipe. “Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações” (1 Pedro 3:7).

Trabalhando juntos, maridos e esposas, podem realizar muito mais do que poderiam se trabalhassem de modo independente. No primeiro século, Áquila e Priscila definiram um bom exemplo de uma equipe de marido e mulher dedicada a servir a Deus e Seu povo. Juntos, eles trabalharam confeccionando tendas com o apóstolo Paulo em Corinto (Atos 18:2-3), então viajaram com ele para a Síria (versículo 18) e ajudaram a Apolo a entender “com mais exatidão o caminho de Deus”, quando ele era novo na fé (versículos 24-26, NVI) e providenciaram um lugar de reunião para uma congregação da Igreja em sua casa (1 Coríntios 16:19).

Eles eram amados e respeitados. Observe o elogio de Paulo a eles: “Saudai a Priscila e a Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida expuseram a sua cabeça; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios” (Romanos 16:3-4). Este casal viu um propósito maior para suas vidas do que brigar sobre assuntos irrelevantes. Eles foram exemplos vivos de “co-herdeiros da graça da vida” (1 Pedro 3:7).

Quando maridos e esposas com amor submetem-se às funções que Deus estabeleceu no casamento, eles aprendem a se submeter a Deus. Os relacionamentos íntimos e amorosos entre os maridos e as esposas nos ensinam muito sobre a relação de Cristo com a Igreja (Efésios 5:32). A aplicação dos princípios de Deus no casamento não apenas produz relacionamentos felizes nesta vida como também provê uma maior compreensão dos princípios divinos que durarão por toda a eternidade.

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