O Impulso Para Uma Governança Mundial e o “Grande Reinício”
Mudanças radicais na ordem mundial estão ganhando impulso. No verão passado, o site de notícias Breitbart News relatou: “Enquanto o mundo continua lutando com as consequências mortais da pandemia de coronavírus, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que apenas uma coisa é certa em seu rastro: 'um novo modelo de governança global' está chegando e as forças globalistas estão fazendo tudo o que pode para apressar sua chegada . . .
“Um experiente burocrata de setenta e um anos de idade afirmou que um 'processo de consulta mundial, próximo do aniversário dos setenta e cinco anos de fundação das Nações Unidas [fundada em 24 de outubro de 1945], deixou claro que as pessoas querem um sistema de governo global que possa atendê-las'. Ele também afirmou que chegou a hora de o 'mundo em desenvolvimento' ter uma voz muito mais forte na tomada de decisões globais”, ao se promover um alívio financeiro para países em dificuldades. “Esta não é a primeira vez que Guterres . . . falou enfaticamente de seu desejo de ver o mundo reformulado de acordo com os princípios socialistas” (“Guterres Avisa a ONU: Um Novo Modelo de Governança Global Está Chegando para Redistribuir o Poder e as Riquezas”, Simon Kent, 21 de julho de 2020).
Nessa ocasião, “ele exigiu uma 'governança global mais robusta', que inclua o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), autoridades regionais, como a União Africana (UA) e a União Europeia (UE), nessa lista de organizações que ele diz que podem trazer 'ordem' para um mundo futuro perturbado pela pandemia do coronavírus” (ibid.).
No mês anterior, Guterres e o economista-chefe do FMI participaram de uma reunião virtual do Fórum Econômico Mundial em que “alguns dos líderes empresariais mais poderosos do planeta, autoridades do governo e ativistas anunciaram uma proposta para ‘reiniciar’ a economia global. Em vez do capitalismo tradicional, esse grupo eminente disse que o mundo deveria adotar políticas mais socialistas, como impostos sobre a riqueza, mais regulamentações e programas governamentais massivos semelhantes ao Green New Deal (em português, novo acordo verde ou novo tratado verde) . . .
“Embora muitos detalhes sobre esse Grande Reinício não serão divulgados até a reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, em janeiro de 2021, mas os princípios gerais desse plano são claramente . . . uma forma de socialismo — uma palavra que o Fórum Econômico Mundial deliberadamente evitou usar, enquanto clamava por incontáveis planos socialistas e progressistas” (“Introdução ao Grande Reinício: O Plano Radical dos Líderes Mundiais para Transformar a Economia”, Justin Haskins, site de notícias The Hill, 25 de junho de 2020).
Um dos principais temas desse encontro virtual de junho foi o fato de o coronavírus ter possibilitado essa “oportunidade” de transformação radical. Como Charles, o príncipe da Grã-Bretanha, um dos principais defensores do Grande Reinício nessa reunião, disse: "Temos uma oportunidade de ouro de aproveitar algo bom desta crise — suas ondas de choque sem precedentes podem tornar as pessoas mais receptivas a visões de grandes mudanças . . . essa é uma oportunidade que nunca tivemos antes e talvez nunca mais tenhamos” (ibid.).
E, mais tarde, isso foi repetido pelo primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. Lançando mão de uma nova frase de efeito popular, “uma melhor reconstrução”, ele declarou: “Essa pandemia ofereceu uma oportunidade para um reinício. Essa é nossa chance de acelerar nossos esforços pré-pandêmicos para reimaginar sistemas econômicos que realmente abordem os desafios globais, como a extrema pobreza, a desigualdade e as mudanças climáticas” (Global News, 29 de setembro de 2020).
Em relação a essa pandemia, não se espera que a Covid-19 dure tanto a ponto de levar a essa grande mudança, por isso o foco se manteve em uma “crise” maior, que supostamente requereria uma ampla intervenção governamental — por exemplo, uma mudança climática. Com esse propósito, na reunião deste ano 2021 haverá uma mobilização de milhares de jovens ativistas que compõem a Comunidade Global Shapers (rede mundial de jovens, criada pelo Fórum Econômico Mundial, que busca impactar positivamente suas cidades por meio de projetos), que esteve envolvida em grandes greves sobre o clima em 2019.
Ainda existem muitas outras facetas em tudo isso. Alguns analistas preveem que veremos, como parte desse reinício, uma mudança para moedas digitais com uma poupança privada mantida em bancos centrais em vez de instituições comerciais, expandindo assim o poder do governo sobre os cidadãos por meio de um controle da moeda mais direto e intrusivo.
Mais uma vez, o impulso para uma mudança profunda está em andamento. Os globalistas e os planejadores centrais, que promovem entidades supranacionais como um meio para se realizar esse sonho utópico de uma governança mundial, estão muito enganados. Pois, a profecia bíblica mostra que isso não vai acabar bem.