Epístolas de Paulo: Gálatas 1:10 a 2:15

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Epístolas de Paulo

Gálatas 1:10 a 2:15

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Epístolas de Paulo: Gálatas 1:10 a 2:15

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Este sermão é uma continuação do estudo bíblico da epístola aos gálatas e descreve a situação da era assim como o motivo da epístola. A defesa da autoridade apostólica de Paulo é descrita.

Transcrição

Bom dia, boa tarde queridos irmãos! Aqui é Jorge de Campos.
Para entendermos melhor a Epístola aos Gálatas, precisamos de entender qual era a influência da sociedade naquela era. Pois, a influência da sociedade naquela era era baseada na filosofia grega que posso simplesmente chamar raciocínio humano à parte de Deus. Ou, noutras palavras, era uma ideia que as pessoas tinham uma sabedoria especial, um certo intelectualismo, o que veio a chamar-se como, essa sabedoria especial, como o gnoscitismo.
Ora, é importante entendermos o que é o gnoscitismo. Dando uma definição técnica do que é, segundo certas pessoas, é um movimento herético proeminente da igreja cristã do século II. 
No entanto, era mais que isso. Pois, tinha começado bem antes, pois era uma fusão, uma mescla de filosofias helenistas, quer dizer gregas, baseadas em ideias pagães. Isto é, de origem babilónica. E esta mescla, destas ideias, filosofias, com as sociedades, foram espalhadas pela ordem que veio a seguir depois dos gregos, que era a ordem dos romanos. 
Este sincretismo afectou tanto o judaísmo quanto o cristianismo e estas ideias estão enraizadas no cristianismo moderno nos dias de hoje.
A isto a Bíblia chama um mistério. Em Apocalipse 17 versículo 5:
Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: BABILÔNIA, A GRANDE, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA.
Estas filosofias, estas ideias, estas abordagens “cristães” do mundo de hoje, vêem, têm uma origem da Babilônia e uma Igreja principal, a mãe das prostituições está a propagar essas filosofias, digamos assim, adaptadas com um certo sincretismo, gnoscitismo, e é o que muitas igrejas, ou, digamos assim, a maioria das igrejas cristães de hoje em dia estão a promulgar, a distribuir. 
Ora, voltando a situação da era da Igreja primitiva, qual foi o problema principal na Igreja primitiva quando se formava. Isto é, quando novos crentes vinham na Igreja, eles traziam consigo suas antigas ideias das antigas religiões onde previamente estavam e tinham dificuldades em abandonar suas ideias. Por que? Porque pensavam que eram boas ideias, boas práticas, boas abordagens e pensavam que isso era a maneira correcta de adorar a Deus. Por isso, arrastavam essas ideias ara a igreja. E queridos irmãos, não é nada diferente de hoje em dia com a natureza humana. É o mesmo problema no crescimento da Igreja hoje.
Voltando a sociedade desta era, digamos assim, do período de Paulo, ele confrontava quando pregava nas terras gentias; ele confrontava dois grupos de pessoas que estavam a entrar na Igreja em certas áreas, sobretudo nas regiões que hoje é a Turquia, a área de Gálatas porque estava mais perto do Oriente Médio, próximo a Palestina. Más influências judaicas. Outras áreas mais para a Grécia, Macedónia, já havia menos influências judaicas porque estava mais distante da Palestina. 
Nesta era, haviam dois grupos de pessoas que estavam a a entrar na Igeja: os judeus e os gentios. Ora, quais eram as ideias que as pessoas traziam para a Igreja? Os judeus traziam para a Igreja abordagens do judaismo, que vamos abordar algumas daqui a pouco. Essas abordagens divergiam do ensino de Jesus Cristo. Por exemplo, eram ideias sacras acerca dos sacrifícios, os cerimoniais e formulando certas leis que regulavam a vida. Por exemplo: no sábado tinham adicionado várias as leis para regular que as pessoas de facto guardassem o sábado mas estas leis estavam a pôr peso na Lei de Deus e que eram coisas adicionais. Outra coisa, os sacrifícios e os rituais eram necessários para ajudar na santificação. Então, estes eram coisas que vinham das pessoas que eram judeus e que agora tinham convertido para a Igreja de Deus. Por outro lado, os gentios convertidos no cristianismo traziam consigo ideias religiosas pagães. Estas por exemplo seriam o gnosticismo que eram basicamente filosofias gregas baseadas em ideias pagães de origem babilônica.
É importante entender aqui que estas ideias gnósticas também tinham-se infiltrado no judaismo. É importante mencionar isto. Mas, continuando a falar do gnosticismo, eram várias e diferentes atitudes filosóficas religiosas. Não era esta atitude ou aquela atitude. Eram várias. Era um leque de várias ideias e vinham por exemplo baseadas em figuras de divindades caídas no mundo da matéria. Por exemplo, a mãe dos deuses – a Astarte, a virgem e outras ideias que eram deusas pagães e tinham estas ideias que tinham sido endeusadas ou deuses que tinham caídos no mundo material. 
Outro conceito, outra filosofia deste gnosticismo era que o espírito é bom. Ou, noutras palavras, a alma é boa. Mas a matéria é má. O espírito é bom, é luz mas a matéria é má, é escuridão e por isso era necessário liberar a alma do corpo maligno e assim haviam muitas ideias de que as pessoas tinham que estar iluminadas; ideias de liberdade,  de serem deliberadas, indo ao conceito de terem liberdade para pecarem. Pois que, nesta ideia, o corpo é que era mau mas o espírito (alma) bom. O importante é separar a alma do corpo e pronto...
Então, daí veio este conceito que é conhecido hoje em dia também da salvação universal “eu já estou salvo e não preciso de fazer nada”. 
Então, isto dava este escape de se deliciar com a carne pois, isto, não afecta o espírito (a alma). Outro extremo, era uma forma ascética. Este ceticismo defendia que o corpo é mau e por isso precisamos de tratar mal o corpo. Ou também, evitar o prazer físico. Este era o outr extremo. Como vimos em Colossenses 2:21, tinha este conceito de não toque, não proves, não manuseies. Isto é, não tocar em coisas, não provar em sabores e não mexer em coisas.
Assim, estas ideias se estavam a infiltrar na Igreja. Os judeus que tinham uma formação judaica – traziam a abordagem de observar as leis cerimoniais, que eram necessários para serem justificados e certamente tinham certas influências filosóficas gnósticas misturadas aí. Outros que se estavam a infiltrar na Igreja eram cristãos que tinham formação pagães com filosofias helenistas, gnósticas que inicialmente eram baseadas em ideias babilônicas.
Em ambos casos, tinham uma abordagem de terem um conhecimento adicional, especial, isto é, que vai para além da Bíblia.
Queridos irmãos, o mesmo é hoje. As pessoas vêm para Igreja com formação do cristianismo moderno o qual foi afectado pelo gnoscitismo e tem raízes babilônicas. Por isso, às pessoas que vêem para a Igreja e Deus é muito dificil “de desaprender” estas ideias ou abordagens. Estas ideias ou abordagens afectam o puro entendimento do Evangelho do Reino de Deus e de Jesus Cristo. Vemos isto continuamente, queridos irmãos, hoje em dia na Igreja. Estas pessoas que vêm para a Igreja não notam nem reparam que estão a ser afectadas por abordagens incorrectas e que estão a trazer para a Igreja. Porque hoje em dia esta infiltração é tão subtil. Por isso as pessoas pensam que estão adorando a Deus da maneira correcta mas têm uma abordagem com raízes que não tem Deus e se alguém vê estas pessoas e os corrige. Por exemplo, estão a apostar uma gravura, uma fotografia que pensa ser de Cristo, um homem com cabelo comprido ... e sabemos que Cristo não tinha cabelo comprido e sabemos que não devemos ter gravuras de Deus ou do Filho de Deus, mas fazem isto. (vocês vão notar que nós na Igreja de Deus Unida nunca apresentamos imagens ou desenhos que estejam a indicar que esteja pessoa, da imagem, é Cristo – nunca fazemos isto. NUNCA!)
O ponto aqui é que quando as pessoas trazem estas abordagens, estas ideias para a Igreja e se alguém corrige estas pessoas, o quê que acontece? Ficam ofendidas e algumas até, por causa de coisas deste gênero, deixam a Igreja e acusam os irmãos dizendo que não têm amor. Por isto vemos como estes ensinos pagãos, que estão tão enraizados, tem uma raíz tão forte nas pessoas que estão a afectar as pessoas de uma maneira tão profunda que quando vêem para a Igreja de Deus estão tão embuídas nestas ideias e depois ficam ofendidas e voltam para o mundão, para a mescla deste mundo e o estado final é pior do que o inicial.
Na Galácia, uma região mais próxima de Palestina, a influência era basicamente mais dos judeus e do judaísmo, destas abordagens incorrectas. Por isso, a carta aos Gálatas abordou essa influência incorrecta do judaísmo que não era segundo o ensino de Jesus Cristo. Esse era o ponto principal do problema que existia durante o período dos Gálatas que pode ser resumido desta maneira: a justificação é pela fé de Jesus Cristo e não por nossas obras. Paulo  teve que dizer a estas pessoas que a justificação é pela fé de Jesus Cristo e não por nossas obras. Por que? Porque as pessoas tinham um mau entendimento acerca da justificação e isto é o que estava a ser trazidoou arrastado até para dentro da Igreja de Deus através das pessoas de formação judaica e tinham essa apetência de introduzir seus entendimentos que por exemplo, precisavam ser circuncidados, isto é, os gentios precisavam de ser circuncidados. 
Vamos ver em Gálatas 1 versículo 7:
O qual não é outro, senão que há alguns que vos pertubam e querem perverter o evangelho de Cristo.
Por que? Porque estão a dizer que é preciso mais além de Cristo para sermos justificados.
Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além [do ensino de Jesus Cristo] do que vos temos pregado, seja anátema.
Estamos a ver aqui que estes falsos cristãos, estes falsos irmãos como lemos em Gálatas 2:4:
E isto por causa dos falsos irmãos que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus e reduzir-nos à escravidão;
Eram falsos irmãos que tinham entrado na Igreja, possívelmente se tinham baptizados como lemos em Actos 15:1, vejamos aí, durante o período da Conferência de Jerusalém. Diz assim:
Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: se não vos circuncidardes segundo os costumes de Moisés, não podeis ser salvos.
O ponto de pudermos ser justificados como primeiro passo, para ao fim virmos a ser salvos, a justificação vem pela circuncisão. Isto é o que Gálatas 2:4, está a dizer de falsos irmãos.
Estavam a dizer que a circuncisão na carne era necessária se quizessem se manter na fé. Veja em Gálatas 6 versículo 12:
Todos os que querem ostentar-se na carne, esses vos constrangem a vos circuncidardes [aqueles que estavam a ver as coisas de uma maneira carnal, estavam a dizer que os irmãos gentios tinham que circuncidar-se], somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.
Gálatas 4 versículo 8 e 9:
Outrora, porém, não conhecendo a Deus, serbíeis a deuses que, por natureza, não o são.
Porque eram pagãos e serviam outros deuses. Agora na Igreja de Deus, conhecendo a verdade ...
Mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecido por Deus, como estais voltando, outra vez, aos rudimentos [rudimentos do mundo, como se lê no versículo 3] fracos e pobres, aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos?
Por que que vocês querem voltar às coisas pagães? Por que estão rejeitando o verdadeiro cristianismo, a justificação pela fé de Cristo e voltando às antigas crenças e práticas pagães?
Por isso, vê-se aqui, que Paulo falando com estes gentios na Ásia, na área de Gálatas, porque Galácia era mais perto da Palestina, estes falsos irmãos, sim, tinham deliberadamente viajado só para ensinar a estas pessoas, ao dizer que vocês têm que ser incircuncisos. Estavam a causar problemas e divisão. 
Ora, estas pessoas, quando Paulo disse que não era preciso, a primeira linha de ataque destes irmãos foi a de acusar a autoridade de Paulo. Isto lemos em Gálatas nos capítulos 1 e 2, que mais adiante leremos. Vê-se aí que Paulo defende a sua autoridade apostólica. Depois, o ataque deles, ademais a autoridade de Paulo, eles estavam contra-argumentar a Paulo com seu ponto da justificação. Estavam a dizer que Cristo por si só não era suficiente para libertar os gentios da culpa do pecado. Isto é, para serem justificados, para serem justos perante Deus. Por isso, precisavam ser circuncisos.
Estes recusavam que a circuncisão, os rituais do templo, os aspectos administrativos da aliança do Sinai; recusavam a entender que estes estavam a desaparecer. Mas os Gálatas, por outro lado, estavam a submeter-se, aqueles provenientes dos gentios, a estas pressões judaicas para não terem o stress... veja em Gálatas 6 versículos 11 a 13:
Vede com que letras grandes vos escrevi de meu próprio punho.
Todos os que querem ostentar-se na carne, esses vos constrangem a vos circuncidardes, somente para não serem perseguidos por causa da cruz [não querem viver sob estresse social de incircuncisos] de Cristo.
Pois nem mesmo aqueles que se deixam circuncidar guardam a lei [estão a ver aqui que estas pessoas judaicas, que tinham circuncidados não estavam a ser completamente fiéis a lei de Deus]; antes, querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne.
O que eles estavam a dizer é basicamente assim: precisam ser circuncisos para não haver distinção entre gentios e judeus; então, a justificação estaria completa. Quer dizer, era preciso ser judeu para ser justificado? Não. Não é preciso ser judeu para justificado. Não é preciso ser uma pessoa comaparência judaica. Você não precisa estar a dizer palavras hebraicas, você não precisa conduzir-se, vestir-se como um judeu. Se você não é um judeu, não é um judeu. Deus olha para o coração. Deus não olha para estas coisas de fora. Deus é que criou várias línguas. 
Queridos irmãos, as pessoas começam a focar em coisas físicas, invés de concentrarem-se no mais importante: o espiritual. Por causa disso, Paulo começa a explicar a superioridade da nova aliança ante a antiga aliança do Sinai. 
A nova aliança través de Jesus Cristo, porque a única libertação sob a escravatura do pecado é através do sangue de Jesus Cristo. O sangue de Jesus Cristo é o verdadeiro sacrifício pascal. Isto é, a justificação só é possível pela fé de Cristo que ele teve; a fé de Cristo de fazer-se mortal, deixar-se morrer, esta fé de que o Pai o ressuscitaria e de que isto ia resultar em bons frutos a todos. Este é o amâgo do argumento de Paulo. O papel da fé, esta justficação, é o ponto principal na carta de Paulo aos Gálatas. Só por fé é que somos justificados. Só se temos fé no sacrifício de Jesus Cristo. Sim, precisamos ter a fé de Cristo e também fé em Cristo. São ambas. Muito importante entendermos este ponto. Vejamos aqui em Romanos 3 versículo 28:
Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei.
O homem é justificado pela fé de Cristo como Paulo vai explicar em Gálata e que vamos abordar em maiores detalhes no próximo estudo do livro de Gálatas. O que está aqui a dizer é que somos justficados pela fé de Cristo de acreditar que o que Cristo fez, ou seja, precisamos acreditar em Deus que o que Cristo fez é suficiente. E não estar aí a dizer: olha, precisamos também ser circuncisos. Não! 
O que Cristo fez é suficiente e precisamos acreditar nisto. Cristo fez pela fé e nós somos justificados pela fé. A fé de Cristo e pela nossa fé sem obras da lei. Particularmente aqui que sem obras da lei ritual. Por exemplo: sacrifícios físicos de bodes, touros .... ou pela circuncisão. Essas obras não nos justificam. É o sangue de Cristo. É o acto que Cristo fez que nos justifica, pela sua fé. Ele fez isso porque teve fé que o Pai o ressuscitaria. Também, nós precisamos de acreditar que este sacrifício é suficiente e não precisamos de mais nada. Não é preciso eu me vestir como um judeu, não é preciso usar palavras hebraicas, invés de estar a usar palavras da minha língua; ou coisas deste gênero físico.
Basicamente, somos justificados pela fé e não por obras da lei. Veja em Romanos 2 versículo 13 Irmãos, é o mesmo escritor, é a mesma carta e é praticamente uns parágrafos antes. É o capítulo anterior. O que Paulo está a dizer:
Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
Ó, acabamos de ler em Romanos 3:28, que somos justificados pela fé, independentemente das obras da lei. Correcto! Mas, uma vez justificados, agora, temos uma responsabilidade de nos manter limpos de acordo aos mandamentos de Deus. Isto é, não devemos matar, não devemos adulterar, não devemos ter pensamentos errados, não devemos de cobiçar, não devemos mentir ... porque se não praticarmos a lei agora, vamos voltar ao caminho errado. Mas obedecer a lei não nos justifica. Mas uma vez justificados pelo sangue de Cristo, agora, temos uma obrigação de gratidão a Deus de obedecer a Jesus, a Deus, guardando seus mandamentos. Pois, seus mandamentos são amor. São para nosso bem. Isto é obedecer a Deus. E não só os mandamentos de Deus como outras leis que Ele nos dá. Por exemplo, as leis de carnes limpas, as leis dos dias santos de Deus. Porque diz que temos que fazer o que é agradável a Deus e guardar os seus mandamentos. Veja em Romanos 4 versículos 3 a 11:
Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça.
Abraão quando lhe foi dito por Deus para sair de sua casa, vou te abençoar, ele acreditou que Deus não mentia e por isso fez em fé, o que Deus disse para ele fazer. Daí ser-lhe imputado para a justiça. Por isso, ele teve fé. Ele acreditou em Deus. Ora quer dizer que ele obedeceu as leis de Deus daí em diante? Sim, sabemos que Abraão obedeceu as leis de Deus. Lemos isso em Gênesis 26:5. Mas, sabemos que ele, de vez em quando, ainda pecou. Mentiu ao dizer que sua mulher era sua irmã. Em parte era verdade. Mas, era falso testemunho o que estava a dizer porque a intenção aí era de dar um falso testemunho. Por isso, vemos que a justiça de Deus foi imputada a Abraão porque Abraão acreditou em Deus que sim, se saísse da terra natal, onde habitava, que não é fácil. Quantos de vocês é que estão prontos para imigrar, longe de casa, sem ajuda dos familiares, não vou viver em casa mas em tendas por estes anos que me restam. Quantos de vocês fariam isto? Acreditando em Deus que fariam isto. Certamente que cada um teria a apresentar desculpas: olha, eu não posso, estou doente, sou velhote! Pensa na idade de Abraão quando lhe disseram isto. Já não era um jovem. 
Por isso, irmãos, lembrem-se, o perdão dos pecados só é possível pelo sacrifício de Jesus Cristo. Nós temos que acreditar que este sacrifício é suficiente. Então, isto é imputado para a justiça uma vez que acreditamos nisto, temos que continuar no caminho de santificação pelo Espírito; como se lê em Hebreus 10:14.
Por isso, a fé na circuncisão, para o propósito da justificação, reduz o valor do sacrifício de Jesus Cristo e efectivamente está a concluir que o seu sacrifício é insuficiente. Este, como mencionei, é o argumento todo aqui de que Paulo está a explicar aos Gálatas e como vemos, primeiro, começaram a rejeitar a autoridade de Paulo como apóstolo, depois, começaram a dizer que podem fazer a circuncisão porque Paulo não tem autoridade nenhuma. 
Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como um favor, e sim como dívida.
Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.
E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras: 
Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos;
Bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado.
Vem, pois, esta bem-aventurança exclusivamente sobre os circuncisos ou também sobre os incircuncisos? Visto que dizemos: a fé foi imputada a Abraão para justiça.
Como, pois, lhe foi imputada? Estando ele circuncidado ou ainda incircunciso? Não no regime da circuncisão, e sim quando incircunciso.
E recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda incircunciso; para vir a ser o pai de todos os que crêem, embora não circuncidados, a fim de que lhes fosse imputada a justiça.
Começando a ler do ponto do estudo prévio em Gálatas 1 versículos 10 a 11:
Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.
 Eu estou a pregar a verdade, seja as pessoas gostem, como não. É o que Paulo está a dizer aqui. Eu estou a agradar a Deus e não aos homens. Vou dizer a verdade mas a verdade com amor. Versículo 11:
Faço-vos saber irmãos, que o Evangelho por mim anunciado não é segundo o homem,
Está aqui a defender a sua autoridade apostólica. Este evangelho, esta boa nova que eu estou a dar a vocês, somos justificados de graça pelo sacrifício de Jesus Cristo. Foi dado a mim, não segundo o homem, mas foi o próprio Jesus Cristo que me ensinou. Está a descrever aqui como Paulo foi convertido. Versículo 12:
Porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.
Foi Jesus Cristo que me revelou. Vocês vêem isto em Actos 26:16:
Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda,
Quer dizer, Jesus Cristo apareceu a Paulo, ele se arrependeu – por isso é uma chamada, mas Jesus diz que ainda vou te aparecer mais vezes. Veja também em Actos 20 versículos 24 a 25:
Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que completa a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.
Agora, eu sei que todos vós, em cujo meio passei pregando o reino, não vereis mais o meu rosto.
Por isso está aqui a dizer que eu recebi isto de Cristo directamente e lemos a pouco em Actos 26, que Cristo apareceria de novo. Por isso, o ministério é uma chamada de Deus. Você e eu não nos podemos autodenominar apóstolo de Jesus Cristo ou ministro de Jesus ou da sua Igreja. Não! É uma chamada de Deus. É Deus que nos põe nesta posição. Continuando a ler no versículo 13, de Gálatas cap.1:
Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no juadaísmo, como sobremaneira perseguia a Igreja de Deus e a devastava.
O proceder de Paulo no judaísmo era para destruir a Igreja de Deus. Ora, isso é obedecer as leis de Deus quando estava a  matar as pessoas? Versículo 14:
E, na minha nação, quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais.
Era zeloso das tradições dos meus pais. Não é só das ideias gnósticas, mas também está a dizer da tradição dos meus pais. Algumas tradições são boas. I Coríntios 11 versículos 1 a 2:
Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.
De facto, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei.
Não há errado com as tradições, desde que sejam tradições de acordo com os ensinos de Deus. Mas quando são tradições que não são de acordo aos ensinos de Deus, embora tenham vindo dos pais, como Paulo está a dizer em Gálatas 1:14. Por exemplo, Jesus criticou as pessoas por terem tradições de lavar as mãos. Vê-se isso em Mateus cap.15. o que há de errado em lavar as mãos? O problema é quando isto é posto de uma maneira que desobedece as leis de Deus. Lê-se isto em Marcos 7 versículo 9, que eram tradições ou abordagens de homens, mas do judaísmo que contradiziam as leis de Deus. Aí está o problema. Quando as tradições são contra as leis de Deus, isso é um perigo. E tinham inserido, o judaísmo, Paulo estava a dizer do judaísmo, não estou a falar mal do judaísmo, irmãos. Estou simplesmente a dizer que esta abordagem do judaísmo, nesta era, tinha tradições demais. Paulo disse que estavam a invalidar as leis de Deus. Versículo 15:
Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça [Isto é Deus Pai que separou-o antes de ele nascer], aprouve
Revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue,
Deus chamou-me para esta responsabilidade de pregar aos gentios sem detença. Paulo está a defender a sua autoridade apostólica. 
Nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia e voltei, outra vez, para Damasco.
Ficou aí três anos e como vimos em Actos 26, que Cristo ia aparecer a ele em outras ocasiões, provavelmente aconteceu quando estava nas regiões da Arábia, nestes três anos ou três anos e poucos.  Isto é o que vemos aqui que Paulo foi instruído por Jesus Cristo para pregar aos gentios. Por que que Paulo estava a dizer isto? Porque as pessoas estavam a dizer mal dele, a discredibilizar seu ministério. Veja em Romanos 11 versículo 13:
Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério,
Paulo aqui friza o facto de ele ser apóstolo. Eu sou apóstolo! E foi posto nesta posição pelo próprio Jesus Cristo, nosso Senhor. Por isso dele estar a defender a sua autoridade apostólica.
Versículo 18, de Gálatas cap.1:
Decorridos três anos, então, subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas (Pedro) e permaneci com ele quinze dias;
E não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o irmão do Senhor.
Ora, Tiago, irmão do Senhor, também era um apóstolo. Tiago e Barnabé eram apóstolos. Vejam em Actos 14 versículo 14:
Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando:
Por isso, vemos que havia mais do que os doze apóstolos. Continuando no versículo 20, de Gálatas cap.1:
Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto.
Depois, fui para as regiõesda Síria e da Cilícia.
E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo.
Ouviam somente dizer: Aquele que, antes, nos perseguia, agora, prega a fé que, outrora, procurava destruir.
E glorificavam a Deus a meu respeito.
Fica claro que Paulo não foi a Israel por um bom tempo.
Lemos no capítulo 2 versículos 1 a 9, que está a descrever a sua visita à Jerusalém, no ano de 49 da E.C, descrita em Actos 15 como a Conferência de Jerusalém. 
Catorze anos depois, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também Tito.
Se seu regresso foi catorze anos, subtraíndo em 49 da E.C; nos dá 35 da E.C, ano em que foi convertido. 
Por que? Porque Tito era grego. 
Subi em obediência a uma relevação; e lhes expus o evangelho que prego entre os gentios, mas em particular aos que pareciam de maior influência, para, de algum modo, não correr ou ter corrido em vão.
Paulo estava a fazer este trabalho e para não ser em vão, retratou-se ante àqueles que pareciam como maior influência.
Contudo, nem mesmo Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se.
Quando ele foi a Jerusalém, à Conferência, com Tito, que era grego, não o puseram numa posição em que tivesse que circuncidar Tito. Por que? Aí está uma prova que as autoridades da Igreja em Jerusalém, os apóstolos de maior influência não acharam necessário circuncidar Tito. Está aqui a provar o ponto que não é necessário circuncidar-se. 
E isto por causa dos falsos irmãos que se entremeteram [entraram subtilmente como diz na ACF. Entraram parecendo como bons irmãos, mas eram maus irmãos] com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus e reduzir-nos à escravidão;
Falsos irmãos. Lemos em Actos 15 versículo 1 a 5. Repare por exemplo no versículo 5:
Insurgiram-se, entretanto, alguns da seita dos fariseus que haviam crido [tinham-se tornados membros da Igreja de Deus], dizendo: É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés [as leis rituais, de cerimónias, sacrifícios. Para que? Para serem justificados porque estes estavam a ensinar que o sacrifício de Jesus Cristo não era suficiente].
Paulo, anteriormente, foi da seita dos fariseus, no judaísmo. 
Voltando em Gálatas 2 versículo 4. Qual é a liberdade em Cristo? Por exemplo, a liberdade de eu puder fazer o que me apetece? Isto não é liberdade. Isso é dor e sofrimento. Então, o que é a verdadeira liberdade? A verdadeira liberdade é de vivermos como devemos de viver para o bem de todos e não viver como quero e me apetece.
Então, de que somos livrados como cristãos, da lei? Não! A lei é amor para com Deus e para com o próximo. Somos livrados da lei para que possamos matar, para roubar, mentir...? não! Na verdade somos escravos da pena da morte quando quebramos a lei. Somos culpados mas somos liberados desta pena da morte através de Jesus Cristo, de graça, pelo sangue de Cristo. O versículo 4 é o versículo temático principal desta carta.
A nossa liberdade que temos em Cristo. Queridos irmãos, nós somos chamados como cristãos para sermos libertados da condenação da morte por causa dos nossos pecados e somos liberados da morte através de Cristo. Por isso, a nossa chamada, não é para sermos livres, vivermos em libertinagem, mas somos liberados para agora vivermos como devemos viver em Cristo por que, senão, estávamos mortos. Em Tiago 1 versículo 22 e 25, fala acerca da lei da liberdade e capítulo 2 versículos 10 e 13, de Tiago, fala que a lei tem 10 pontos e se quebras um, quebraste todos. 
Então, qual é esta escravidão? A escravidão é o resultado do pecado. Escravos à morte. 
Por isso, o que eles estavam a deturpar em Gálatas 1 versículo 7, estavam a perverter o Evangelho de Cristo, a Boa Nova que diz que somos salvos, somos justificados, não por obras de qualquer lei, mas somos justificados pela fé de Jesus Cristo. E Deus não demonstra favor à qualquer homem. Todos são iguais. Por isso, diz: nos versículos 5 e 6:
Aos quais nem ainda por uma hora nos submetemos, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós.
E, quanto àqueles que pareciam ser de maior influência (quais tenham sido, outrora, não me interessa; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa nada me acrescentaram;
Estes falsos irmãos, que foram para Galácia dizendo que os irmãos aí precisavam circuncidar-se ... não têm valor nenhum. O que tem valor é o coração. Veja em I Crônicas 28 versículo 9:
Tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o de coração íntegro e alma voluntária; porque o Senhor esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento. Se o buscares, ele deixará achar-se por ti; se o deixares, ele te rejeitará para sempre.
Se você buscares a Deus, vais encontrá-lo. 
Versículos 7 e 8:
Antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me fora confiado, como a Pedro o da circuncisão
Quer dizer, Pedro ia aos israelitas e Paulo aos gentios.
(pois aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão também operou eficazmente em mim para com os gentios)
Por isso ele está a comparar que tem uma responsabilidade igual a de Pedro; tinha uma autoridade apostólica de Pedro; Pedro para os israelitas, Paulo para os gentios.
E, quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, que eram reputados colunas, me estenderam, a mim e a Barnabé, a destra de comunhão, a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para a circuncisão;
Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei por fazer.
Assim, trabalharam como uma equipa. Versículos 11 a 14:
Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível.
Com efeito, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, comia com os gentios; quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar-se, temendo os da circuncisão.
Aqui está um apóstolo que ainda estava a fazer coisas erradas, embora que soubesse que isto era errado.
E também os demais judeus dissimularam com ele [seguiram o exemplo de Pedro], a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles.
Até o próprio Barnabé se deixou escapar por esse falso entendimento.
Quando, porém, vi que não procediam correctamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos [estava a influenciar à todos, sendo repreendido em público por Paulo. Quando um irmão faz algo errado, falamos com ele em particular. Neste ínterim, era um acto do ministro que estava a afectar a Igreja inteira e que tinha que ser corrigido em público porque estava a afectar toda Igreja]: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, porque obrigas os gentios a viverem como judeus?
Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios,
Nós, judeus por natureza ... uma expressão interessante. Isto é, pelo nascimento. 
Os gentios que estão a seguir ideias pagães que não sabem de nada e agora que estão na Igreja, sabe de Deus e estão arrependidos. Mas, nós, judeus por natureza, devemos obedecer a Deus, em particular e em público. Devemos de ser a mesma coisa, evitando todo tipo de hipocrisia.
Por isso, este ponto da autoridade apostólica de Paulo, é bem explicado aqui que até corrigiu Pedro publicamente e Pedro se arrependeu e viu que tinha feito algo errado. Aqui estamos a ver a autoridade de Paulo. Depois, a partir do versículo 16, Paulo, então, entra no cerne da questão, abordando os problemas de frente a frente. 
E este assunto da justificação pela fé de Cristo e não por circuncisão abordaremos com mais detalhes no próximo estudo de Gálatas.