Eventos e Tendências Atuais
Setembro - Outubro 2017
O problema da Coreia do Norte não vai desaparecer
Uma Coreia do Norte com capacidade e disposição de usar armas nucleares é um pesadelo, pelo menos para a Coreia do Sul e seus aliados do Ocidente. Mesmo desconsiderando potencial de ataques nucleares de longo alcance em alvos como os Estados Unidos ou a Europa, a ameaça existencial para a densamente povoada capital da Coreia do Sul, Seul, não pode ser ignorada. Seul fica a apenas 50 quilômetros da fronteira com a zona desmilitarizada que separa as duas Coreias e a 195 quilômetros da capital da Coreia do Norte, Pyongyang.
O potencial de destruição em uma escala tão grande é impensável para todos, exceto para os líderes da Coreia do Norte — com o líder supremo Kim Jong-un recusando-se a recuar no estabelecimento de sua nação como uma potência nuclear de elite capaz de atacar não apenas alvos regionais, mas também a inimigos muito distantes.
"Segundo o Secretário de Defesa James Mattis, o custo de um conflito nessa área seria ‘trágico em uma escala inimaginável". O general do Exército dos Estados Unidos, Mark Milley, descreveu qualquer potencial conflito na península coreana... como ‘altamente letal e horrível’" (Saagar Enjeti, "As Armas Nucleares da Coreia do Norte Provavelmente Chegaram Para Ficar", revista National Review, 31 de julho de 2017).
Os cidadãos de Seul, em particular, sentem o calor do possível conflito e enfrentamento de um estado beligerante que, além de seu arsenal nuclear, também possui armas químicas.
O tempo para a diplomacia e as sanções pode ter passado, uma vez que parece improvável que uma Coreia do Norte, cada vez mais bem armada, venha se afastar de seu caminho declarado, pois ela está se sentindo orgulhosa de ser temida pelas nações — possivelmente isso vai levar a um conflito direto com os Estados Unidos e seus aliados. O custo disso, especialmente para a Coreia do Sul e seus vizinhos regionais, é inimaginável. (Fonte: National Review)
O que está por trás da tensão entre a Rússia e a OTAN?
O aumento da tensão entre a Rússia e os membros da aliança da OTAN começou com a invasão e anexação da Crimeia, até então território ucraniano. Após a intervenção militar e posterior anexação, as Nações Unidas emitiram uma resolução declarando ilegal esse ato da Rússia.
Desde então, a complexa relação da Rússia com a Europa e os Estados Unidos esfriou ainda mais e depois houve desentendimentos sobre a intervenção na guerra civil síria e as suspeitas de interferência russa na eleição presidencial dos Estados Unidos.
O comportamento recente da Rússia tem sido tão preocupante que seus vizinhos mais próximos estão em alerta máximo. Um artigo da Fundação Jamestown, instituto de pesquisa global especializado em geopolítica euroasiática, especula que a Rússia pode representar um risco futuro para a nação mais pobre da Europa, a Moldávia.
"A Moldávia é um país sem litoral, mas tem um porto internacional no Danúbio, que é pouco conhecido, acessível para embarcações marítimas. O Porto de Giurgiuleşti (a cerca de 130 quilômetros do Mar Negro) apresenta grandes oportunidades econômicas, além de significativa vulnerabilidade na segurança... Apesar do seu valor econômico e estratégico, o porto representa uma brecha de segurança para a Moldávia. Após a anexação da Crimeia, a situação da segurança na região do Mar Negro mudou dramaticamente" (Mihai Popsoi, "Como a Moldávia É Vulnerável A Uma Invasão Russa Através do Seu Único Porto?", 31 de julho de 2017).
O fato de nações europeias soberanas precisarem estar atentas à confiabilidade de suas fronteiras é motivo de grande preocupação para a estabilidade da Europa. A Rússia foi fundamental para definir o cenário mundial das duas Guerras Mundiais e da Guerra Fria no século vinte, e o presidente Vladimir Putin parece estar decidido a restabelecer a Rússia como uma grande força disruptiva no cenário mundial. (Fonte: Fundação Jamestown).
A legalidade muda opiniões sobre a moralidade
"Dois anos após a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que obrigava os Estados a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país, o apoio para permitir que homossexuais e lésbicas se casem legalmente chegou ao seu ponto mais alto em mais de vinte anos de pesquisas do Instituto Pew Research Center sobre o assunto" ("Cresce o Apoio ao Casamento Entre Pessoas do Mesmo Sexo Até Mesmo Entre Os Grupos Céticos", Pew Research Center, 26 de junho de 2017).
O apoio ao casamento homossexual aumentou dramaticamente desde aquela decisão. A pesquisa acima mencionada mostrou esse apoio crescente nas últimas décadas, mas houve um salto notável após a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos. As pessoas começaram a mudar suas opiniões sobre a moralidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"Por uma margem de quase dois por um (62% a 32%), agora cada vez mais norte-americanos dizem ser a favor de que os homossexuais e as lésbicas se casem do que aqueles que se opõem" (ibid.).
A legalidade muda as opiniões. Já vimos isso no passado. Em 1973, após a decisão do caso “Roe vs Wade”, houve mudança na opinião pública quanto a moralidade do aborto. Hoje você pode escutar os comediantes reduzirem o aborto a uma simples evacuação fisiológica. Isso é um reflexo daquela distante e polêmica decisão judicial.
O que os tribunais decidem tem um enorme impacto sobre o que os cidadãos decidem ser moral. Isto é, notadamente, perigoso quando Deus está sendo cada vez mais colocado de lado.
Ensinamos as crianças a evitar o que é errado e perigoso, dizendo: Não brinque no meio da rua; não ponha a mão em tomadas elétricas. Reconhecemos esse perigo porque tivemos a experiência e o conhecimento para entender suas consequências. Muitas vezes, a perspectiva limitada de uma criança dificulta que ela faça a escolha certa.
Agora o orgulho do homem está rejeitando a Deus e a Sua sabedoria eterna. O orgulho do homem o tem levado a achar que pode decidir o que é melhor e que tem capacidade de tomar decisões corretas por conta própria.
Precisamos reconhecer que uma decisão judicial não pode ditar a moralidade segundo os padrões de Deus — especialmente quando os tribunais rejeitam a legitimidade de Deus. Fique atento aos próximos anos, pois cada vez mais coisas perversas serão consideradas boas. Tenha a certeza de que sua bússola moral seja guiada pela Palavra de Deus. (Fonte: Instituto Pew Research Center).
O que os smartphones estão fazendo com nossos filhos — e com todos nós?
A revolução provocada pela chegada dos smartphones mudou a forma como vivemos. É muito útil ter telefone, e-mail, calendários, mensageiros instantâneos, gravadores de voz, mapas, música, câmera e internet em um só lugar e disponíveis em qualquer momento. A conveniência dessa tecnologia é incontestável. Podemos buscar qualquer coisa e a qualquer momento.
Uma série de novos estudos está revelando os impactos dos smartphones em nossas vidas — especialmente, na vida dos jovens que só conhecem um mundo onde existem smartphones e tablets.
Um artigo recente na revista The Atlantic aborda minuciosamente os efeitos dos smartphones na geração emergente — não a geração do milênio, mas a seguinte a esta. "Sentindo-se mais confortável online do que em festas, os adolescentes da geração Z estão mais seguros, fisicamente, do que foram quaisquer outros. Mas eles estão à beira de um colapso mental” (Jean Twenge, "Os Smartphones Destruíram Uma Geração?", edição setembro de 2017).
Os smartphones e a Internet são relativamente novos para todos nós. As mídias sociais e a capacidade de ver o que todos os nossos amigos estão fazendo a qualquer momento do dia também são uma nova experiência. Como essa conexão onipresente está afetando nossos adolescentes, que conhecem apenas esse tipo de mundo?
"Os adolescentes que passam mais tempo acima da média normal em atividades na tela são mais propensos a ser infelizes e, em contrapartida, aqueles que passam mais tempo longe da telinha são mais tendentes a ser felizes. Não há uma única exceção. Todas as atividades ligadas à telas proporcionam menos felicidade, e todas as atividades à parte das telas estão ligadas a mais felicidades...
"Psicologicamente... eles são mais vulneráveis do que a geração do milênio (geração Y): As taxas de depressão e suicídio de adolescentes dispararam desde 2011. Não é um exagero descrever a Gen Z [a geração nascida entre 1995-2012] como uma geração à beira da pior crise de saúde mental em décadas". No entanto, este não é apenas um problema de adolescentes. Há pais e outros adultos apresentando sintomas semelhantes.
Raramente mencionado, outro problema com crianças usando smartphones é a exposição à pornografia online. No site focusonthefamily.com há um artigo de Rob Jackson, "Quando as Crianças Veem Pornografia", que diz o seguinte: "Alguns pesquisadores declararam que a idade média da exposição à pornografia é de até oito anos" e "Um estudo recente descobriu que 47% das crianças em idade escolar receberam spam pornô quase diariamente”. E o tipo de pornografia comum hoje em dia é muito mais prejudicial e insidiosa que a das gerações anteriores. "Com o advento da Internet", explica o artigo, "uma criança pode ser exposta a uma grande variedade de perversões sexuais em segundos".
Precisamos ter esse conhecimento para nos conscientizar dos graves perigos aos quais nossos filhos estão expostos quando conectados e online. E isso traz repercussões psicológicas para todos nós se não controlarmos o uso diário de nossos smartphones. (Fonte: revista The Atlantic e site focusonthefamily.com).
Uma decisão hedionda no Paquistão
A agência Reuters relatou recentemente um incidente chocante no Paquistão. "A polícia paquistanesa prendeu vinte e cinco membros de um conselho informal de uma aldeia acusados de ordenar o estupro de uma menina de dezesseis anos como vingança pelo suposto ataque sexual de outra garota por seu irmão" (Asif Shahzad, "Conselho Paquistanês Ordena Estupro Por Vingança de Uma Garota de Dezesseis Anos", 27 de julho de 2017). Ainda mais alarmante que essa história é saber que essa não foi a primeira vez que isso aconteceu no Paquistão. O estupro por vingança já havia sido notícia antes. "Antes disso,... [em julho], um conselho local ao sul da cidade de Multan foi chamado depois que uma família acusou um rapaz de dezesseis anos de estuprar uma vizinho de treze anos" (ibid.).
Essas decisões não são provenientes diretamente do governo paquistanês, mas de anciões das aldeias. "O Paquistão tem uma tradição secular de justiça rápida transmitida por reuniões de anciões da aldeia, conhecidos como jirgas ou panchayats, vistos por muitos moradores como preferíveis ao sistema jurídico formal, que é muitas vezes complicado e corrupto" (ibid.). O caso veio à tona quando ambas as famílias apresentaram e denunciaram à polícia o filho de outra família por estupro.
Na Bíblia, lemos sobre os "tempos perigosos" dos últimos dias antes do retorno de Jesus Cristo (2 Timóteo 3:1-2). Às vezes, isso parece distante de nosso confortável estilo de vida ocidental, mas notícias como essas nos despertam bruscamente para a realidade do mundo em que vivemos. O que nos tornamos quando a maneira de erradicar o pecado é cometendo outro pecado? Que sentido tem exigir o estupro de uma pessoa inocente em vez de punir o estuprador — criando assim um novo agressor e uma nova vítima?!
Em Isaías 59:9 lemos: “Pelo que a justiça está longe de nós, e a retidão não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão!”
Esse é um lembrete claro da necessidade do Reino de Deus. Esperamos que Deus antecipe a chegada desse dia. (Fonte: Reuters)