Notícias Falsas – é algo novo?

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Notícias Falsas – é algo novo?

As notícias falsas tornaram-se parte de nosso cotidiano no final de 2016 quando foram usadas para tentar influenciar a campanha eleitoral a presidente dos Estados Unidos. Eis aqui uma história detrás de uma dessas falsas histórias:

“Era o início do outono americano, e Donald Trump, em desvantagem nas pesquisas, parecia preparar um argumento para apresentar no caso de um vencedor como ele acabar perdendo. ‘Acho infelizmente que a eleição vai ser manipulada’, disse o republicano a uma multidão já agitada em Ohio. Trump disse que andava ouvindo ‘mais e mais’ sobre provas de manipulação eleitoral, deixando os detalhes a cargo da imaginação de seus partidários”.

"Algumas semanas mais tarde, Cameron Harris, universitário recém-formado, dotado de interesse na política republicana de Maryland e necessitado de dinheiro, preencheu as lacunas que Trump deixara em aberto. Numa arte duvidosa que se estava a desenvolver, esta história falsa seria sua obra-prima.

“Harris começou por redigir a manchete: ‘ÚLTIMAS NOTÍCIAS: Dezenas de milhares de votos fraudulentos para Hillary encontrados num depósito em Ohio’.

“’Inicialmente fiquei chocado – com a reação que recebi – como foi fácil fazer as pessoas acreditarem’, disse. ‘Aqui foi como uma experiência sociológica’" (Scott Shane, "Da Manchete à Fotografia: Uma Obra-prima das Notícias Falsas”, The New York Times, 18 de janeiro de 2017).

As notícias falsas misturadas entre as notícias

As notícias falsas não diminuíram desde a eleição. Na verdade, isso pode até ter piorado. The Federalist, uma revista eletrônica de notícias conservadora, publicou um artigo intitulado "Dezesseis Notícias Falsas Divulgadas Por Repórteres Desde Trump" (Daniel Payne, 06 de fevereiro de 2017).

O artigo diz: "Isso se tornou parte regular de nosso ciclo de notícias, não distinto de ou estranho a ela, mas uma parte dela, e essas falsas informações são incorporadas ao noticiário como um raio em uma roda de bicicleta.

"Sempre que você assistir ao noticiário na televisão, visitar um site de notícias, ou ler alguma informação de um jornalista ou de alguma personalidade no Twitter ou no Facebook, haverá uma grande chance de você estar sendo exposto a notícias falsas. Isso está se tornando rapidamente uma prática aceitável nos meios de comunicação norte-americanos".

Vejamos alguns exemplos.

Notícia falsa: Aumento nas taxas de suicídio de transexuais devido à vitória de Trump: O artigo continua dizendo: "Depois da vitória eleitoral de Trump, em 8 de novembro, rumores começaram a circular sobre o suicídio de adolescentes transexuais por causa dos resultados das eleições. Mas não havia nenhuma base para estes rumores. Ninguém foi capaz de confirmá-los naquele momento, e ninguém confirmou isso depois da eleição de Trump... Essas histórias exageradas contribuíram para pelo menos cem mil compartilhamentos apenas no Facebook, contribuindo para o medo e a histeria em torno da vitória de Trump".

Notícia falsa: Busto de Martin Luther King retirado da Casa Branca: "Em 20 de janeiro, o repórter Zeke Miller, da revista Time, escreveu que um busto de Martin Luther King tinha sido removido da Casa Branca. Isso causou uma onda de controvérsia nas mídias sociais até que Miller emitiu uma nota, corrigindo seu erro. Aparentemente, a revista publicou isso, mesmo sem Miller ter perguntado a qualquer outra pessoa na Casa Branca se o busto tinha sido realmente removido. Ele simplesmente presumiu isso só porque olhou ao redor e não viu o objeto" (ibid.).

Notícia falsa: A morte de uma mulher por causa do veto migratório: "Em 31 de janeiro, uma estação afiliada da Fox em Detroit informou que 'um empresário local voou para o Iraque para buscar sua mãe para tratamento médico nos Estados Unidos, mas não pôde por causa da proibição emitida pelo presidente Trump sobre a imigração e as viagens de sete nações predominantemente muçulmanas. Ele disse que ela morreu da sua doença, poque  esperava autorização de voar’ ... essa história se espalhou rapidamente e gerou todo tipo de crítica da elite da mídia liberal que dizia que isso era a prova de essa ordem executiva Trump, o veto migratório, era perversa, racista, hitleriana e assassina de mães.

"Havia apenas um problema: era mentira. O homem havia mentido sobre a data da morte de sua mãe. A afiliada da Fox não se preocupou em fazer as investigações necessárias para confirmar ou refutar a história daquele homem. Ela, simples e tranquilamente, apenas corrigiu a história sem qualquer publicidade depois de gerar uma histeria selvagem por todo lugar" (ibid.).

O artigo do Federalist listou muitos outros exemplos de semelhantes artigos levianos, tendenciosos ou simplesmente falsos criados para desacreditar a nova administração presidencial.

Será que os Estados Unidos estão tão afetados com a sua afluência que dão maior valor à mágica da tecnologia do que à bondade e decência humana? Pode ser que a difusão e o anonimato nas mídias sociais incentiva alguns a manipular e destruir os outros pelo lucro? Há algo sobre a condição humana que ajuda a expor esse fenômeno?

Por que as pessoas divulgam notícias falsas?

A Bíblia revela por que os seres humanos espalham notícias falsas. As notícias falsas, ao mesmo tempo são simples e complexas — simples porque vem de uma fonte e complexa porque seus efeitos são imprevisíveis, podendo levar a inúmeros pensamentos socialmente inaceitáveis.

As Escrituras revelam que nossas mentes e corações são corruptos: "O coração [inclusive os sentimentos] é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo" (Jeremias 17:9, NVI, grifo nosso).

Jesus disse a Seus discípulos: "Se vós, pois, sendo maus [isto é, tendo a natureza corrompida e contrária a Deus, que é comum ao homem], sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos..." (Mateus 7:11). O apóstolo Paulo lamentou a condição humana: “Não me compreendo de modo algum, pois realmente quero fazer o que é correto, porém não consigo. Faço, sim, aquilo que eu não quero — aquilo que eu odeio" (Romanos 7:15 Bíblia Viva).

As notícias falsas personificam a parte perversa da natureza humana. “O que entra pela boca não torna o homem impuro; mas o que sai de sua boca, isto o torna impuro” (Mateus 15:11, NVI).

Surpreendentemente, as notícias falsas não começaram com os seres humanos. Tudo começou com um poder invisível que utiliza métodos enganosos e dissimulados para conduzir a humanidade por um caminho de destruição, engano e morte.

Qual é a origem das notícias falsas?

As notícias falsas começaram e têm sido perpetuadas pelo deus deste mundo. Satanás vive com raiva de mim e de você. Seu objetivo tortuoso e deplorável é destruir a humanidade, incentivando-nos a fazer o seu trabalho sujo: "O deus deste mundo conservou a mente deles na escuridão. Ele não os deixa ver a luz que brilha sobre eles, a luz que vem da boa notícia a respeito da glória de Cristo” (2 Coríntios 4:4, BLH).

Mas Satanás nem sempre foi assim. A princípio, ele era um anjo honrado e admirado. Porém, ele se tornou um enganador. Ele se rebelou e tornou-se Satanás, que significa adversário ou inimigo, o destruidor de todas as coisas (ver Ezequiel 28:12-19). Deus expôs Satanás como a serpente (Gênesis 3:1), o dragão, o diabo (falso acusador, Apocalipse 12:10), e "o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência" (Efésios 2:2).

Este ser espiritual e muito poderoso corrompeu-se e tornou-se um narcisista (Ezequiel 28:12-18). Ele se rebelou contra Deus e tentou destroná-Lo (Isaías 14:13-14). Mas, em vez disso, Deus jogou Satanás de volta para a terra e o deteve aqui (Lucas 10:18; Judas 6). Agora, desde que Adão e Eva escolheram segui-lo em seu pecado, Satanás segue governando os reinos dos homens até a volta de Cristo (Mateus 4:8-9; João 12:31, 14:30, 16:11, Isaías 14:16- 17; Apocalipse 20:1-3).

Como Satanás não conseguiu destronar Deus, então ele ficou irado contra Sua criação — a Terra e seus habitantes. Se ele não pôde destruir o Criador, então agora busca destruir Sua criação.

Notícias falsas universais

O originador e perpetuador de notícias falsas universais é Satanás, que substitui as boas notícias de Deus por imitações e versões falsas. Preste atenção na advertência de Deus através do apóstolo Paulo: “Porque, se alguém vem e vos prega outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de boa mente o suportais” (2 Coríntios 11:4).

Paulo nos diz ainda que "... Satanás se disfarça em anjo de luz" (versículo 14).

Mas Satanás não é um anjo de luz; ele é o príncipe das trevas (Colossenses 1:13) que cega a maior parte deste mundo para que não enxergue a gloriosa e boa notícia de Cristo (versículo 26).

Suas falsidades incluem, sem exaurir a lista, a promoção de celebrações como o Natal e o Domingo de Páscoa e o culto religioso no domingo, o primeiro dia da semana (em vez de ser no dia bíblico ordenado, o sábado do sétimo dia). Apesar de Jesus Cristo e seus discípulos não terem observado ou ensinado isso. E até mesmo a Nova Enciclopédia Católica admite esse fato:

"Os primeiros cristãos não se dissociaram imediatamente da observância das festas judaicas [atualmente festas do Senhor de Levítico 23]. Muitas referências no NT [Novo Testamento] indicam que Jesus e seus discípulos, assim como as primeiras comunidades cristãs palestinas [isto é, a Igreja de Deus, tal como referido no livro de Atos e outras cartas do Novo Testamento] observavam o sábado e as principais festas [bíblicas] anuais” (1967,"Festas dos Primeiros Cristãos", Vol. 5, p. 867; ver também Alexander Hislop, As Duas Babilônias, 1959, pp. 93-97, 103-104.).

A mentira nas notícias falsas

O nono mandamento de Deus condena a mentira (Êxodo 20:16). Jesus rotula Satanás de mentiroso e originador de toda mentira (João 8:44). Mentir é pecado e Deus odeia a mentira (Provérbios 6:16-19). Aqueles que persistirem nesse pecado, enfim, vão sofrer a morte definitiva no lago de fogo (Romanos 6:23; Apocalipse 21:8).

A propagação das notícias falsas de Satanás tem corrompido a humanidade desde sua criação, e ele tem se empenhado em aniquilar a vida humana (Isaías 14:6, 17; Mateus 24:21-22; Apocalipse 12:9, 12). Em contrapartida, As boas notícias de Deus são a cura e a esperança de paz que conduzem à vida eterna.

A boa nova é que as notícias falsas vão desaparecer depois do retorno de Jesus Cristo para estabelecer o Reino de Deus na Terra. O Natal, o Domingo de Páscoa e muitas das principais crenças religiosas de hoje, que são contrárias a Deus, se tornarão coisa do passado (Marcos 7:7; Isaías 66:23). Então, a humanidade irá guardar as santas leis de Deus e Seus sábados (Hebreus 8:10-11), que nos libertam (Tiago 1:25) dos enganos espirituais e revelam o plano mestre de Deus  para a salvação de toda a humanidade.

As boas notícias de Deus triunfarão esmagadoramente sobre a mentira e as notícias falsas de Satanás: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32).