A Páscoa

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A Páscoa é a primeira das sete festas anuais de Deus, listadas em Levítico 23, logo seguida pela Festa dos Pães Asmos, que tem duração de sete dias. (Ver capítulo intitulado “As Festas Santas de Deus”). Como instrui o Novo Testamento, devemos observar a Páscoa para celebrar o sacrifício de Jesus Cristo.

Revelada aos israelitas no momento de sua libertação do Egito, conforme registrado em Êxodo 12-13, a observância da Páscoa envolveu o sacrifício de um cordeiro imaculado por cada família no décimo quarto dia do primeiro mês do calendário hebraico (Abibe ou Nisã) e comer pães ázimos e ervas amargas. Além da carne, das ervas e dos pães asmos, a Páscoa também passou a incluir, tradicionalmente, o vinho.

O sangue do cordeiro, naquela ocasião colocado em torno das portas dos israelitas, permitiu que o povo fosse poupado quando Deus, julgando de forma justa, matou os primogênitos do Egito. Assim, as vidas dos primogênitos israelitas foram redimidas (recompradas ou resgatadas) pelo sangue do cordeiro.

E depois, ao observar a Páscoa todos os anos nessa mesma data, os israelitas deveriam recordar essa redenção no Egito (enquanto a seguinte Festa dos Pães Asmos comemorava sua libertação da escravidão egípcia no êxodo).

Entretanto, além de recordar uma redenção passada, a Páscoa do Antigo Testamento prefigurava uma redenção muito maior — através de um sacrifício muito maior. “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós" (1 Coríntios 5:7). Jesus Cristo é chamado de "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29). Nós somos “resgatados...com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pedro 1:18-19). (Ver capítulo intitulado “O Sacrifício de Jesus Cristo”).

A morte de Jesus ocorreu na tarde do dia 14 de Abibe, a data da Páscoa. Sabemos disso porque foi o dia de preparação para o Sábado anual que se seguiu no dia 15, o primeiro dia da Festa dos Pães Asmos que durava sete dias (Mateus 27:62; Marcos 15:42; Lucas 23:54; João 19:14; João 19:14, 31, 42). (Ver capítulo intitulado “Três dias e Três Noites”).

Além disso, na noite anterior à Sua morte, Jesus observou com Seus discípulos uma cerimônia memorial que Ele identificou especificamente como a Páscoa (Mateus 26:17-30; Marcos 14:12-26; Lucas 22:7-20). Isso ocorreu no começo do dia 14 de Abibe, pois os dias bíblicos são contados de entardecer a entardecer. (Para mais informações sobre o cálculo bíblico dos dias, consultar capítulo intitulado “O Dia de Sábado”).

A partir dali, Jesus ordenou que a Páscoa fosse observada por Seus seguidores em Sua memória e declarou que os símbolos do pão asmo e do vinho deveriam representar o sacrifício de Seu corpo e sangue. Jesus disse o seguinte sobre o vinho: “Isto é o Meu sangue, o sangue da nova aliança” (Mateus 26:28; Marcos 14:24, ARA), instituindo assim a observância da nova aliança para os cristãos de hoje — algo coerente com o Seu papel de “Mediador de uma nova aliança” (Hebreus 12:24).

Jesus também disse que Seu sangue foi "derramado por muitos para remissão dos pecados" (Mateus 26:28), revelando que Sua morte sacrificial pagaria a pena de morte pelos pecados (Romanos 6:23; ver Hebreus 9:15).

Mas a Páscoa do Novo Testamento não se refere apenas à morte de Jesus como Cordeiro de Deus. Ela também diz respeito ao Seu sofrimento (Lucas 22:15). Devemos lembrar de todo o sacrifício que Ele fez — tanto Seu sofrimento quanto Sua morte. Seu sofrimento, morte e sepultamento ocorreram no dia 14 de Abibe. Os símbolos do pão asmo e do vinho representam todo Seu sacrifício — novamente, Seu sofrimento e Sua morte.

Como mencionado, a morte de Jesus ocorreu na tarde do dia 14 de Abibe, mas o período de Seu intenso sofrimento começou na noite anterior à Sua morte enquanto ainda estava com Seus discípulos: “E, levando Consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então, lhes disse: A Minha alma está cheia de tristeza até à morte” (Mateus 26:37-38).

Com Seu sacrifício, Jesus assumiu a pena de morte por todos os pecados da humanidade (1 Pedro 3:18). Quando participamos do pão e do vinho, reconhecemos que Ele ofereceu Seu corpo e sangue para cobrir nossos pecados. Somos reconciliados com Deus Pai pela fé no sacrifício de Jesus Cristo.

Essa reconciliação nos concede acesso ao Pai e nos permite ir diante de Seu trono da graça para buscar ajuda em tempos de necessidade (Hebreus 4:16). E é por causa do sacrifício de Cristo que podemos ser curados espiritual, física, mental e emocionalmente (Isaías 53:4-5; Tiago 5:14). (Mais uma vez, consultar capítulo intitulado “O Sacrifício de Jesus Cristo”).

Quando comemos o pão asmo na Páscoa, simbolizamos nossa aceitação do sacrifício de Cristo e também uma nova vida com Cristo vivendo em nós (João 6:53-54). Também demonstramos nossa união com Cristo e com cada membro do Corpo de Cristo, a Igreja (1 Coríntios 10:16), bem como nossa disposição de viver pela Palavra de Deus.

Em 1 Coríntios 11:20-26,  Paulo explica que, por meio dessa cerimônia, anunciamos “a morte do Senhor, até que venha” — isso representa a única maneira pela qual a humanidade pode ser reconciliada com Deus. Na verdade, a Páscoa também aponta para o futuro. Embora o sacrifício de Cristo fosse o cumprimento da morte do cordeiro, Ele disse que a Páscoa seria cumprida no “reino de Deus" (Lucas 22:15-16), ou seja, quando o processo de redenção será concluído.

Além disso, quando Cristo apresentou o vinho como símbolo de Seu sangue nessa Nova Aliança também havia outro simbolismo, um tipo de proposta de casamento para Seu povo — ansioso pelas “bodas do Cordeiro” que ocorrerá no Seu retorno (Apocalipse 19:7, 9). (Ver capítulo intitulado “A Igreja”).

Quanto à observação da Páscoa hoje em dia, Paulo disse nessa mesma passagem de 1 Coríntios 11 que a Igreja deve se reunir para comer do pão e beber do cálice. E afirmou aqui que devemos observar esse memorial assim como Jesus observou com Seus discípulos "na noite em que foi traído" (versículo 23) — no começo do dia 14 de Abibe.

Essa cerimônia anual também inclui a ordenança do lavamento de pés, conforme Jesus estabeleceu nessa mesma observância da Páscoa. Depois de dar um exemplo de servo ao lavar os pés dos discípulos, Ele declarou: “Vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque Eu vos dei o exemplo, para que, como Eu vos fiz, façais vós também...Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (João 13:14-17).

Todos os três elementos — o lava-pés, o pão asmo e o vinho — devem fazer parte da observância anual da Páscoa. E deve ser observado apenas uma vez por ano após o pôr do sol, no começo do décimo quarto dia do primeiro mês do calendário hebraico, conforme estabelecido pela Palavra de Deus.

Essa observância é tão importante aos olhos de Deus que, em Números 9:1-14, Ele ordenou que se por alguma situação inevitável alguém fosse impedido de celebrar a Páscoa no décimo quarto dia do primeiro mês, então deveria observá-la um mês depois, no dia décimo quarto dia do segundo mês. A Igreja de Deus Unida continua praticando isso hoje em dia.

Finalmente, é preciso afirmar que a Páscoa representa um passo importante no plano de salvação de Deus. Certamente, a morte sacrificial de Cristo, rememorada na Páscoa, nos reconcilia com Deus, mas, na verdade, somos salvos pela Sua vida (Romanos 5:9-10). Conforme descrito no próximo capítulo, essa libertação é retratada na Festa dos Pães Asmos e nas outras seguintes festas de Deus.

(Para mais informações, baixe ou solicite nosso guia de estudo bíblico gratuito As Festas Santas de Deus: O Plano de Deus Para a Humanidade).