A Humanidade
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A Humanidade
O primeiro capítulo da Bíblia Sagrada revela que Deus criou homens e mulheres à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:26-27). Portanto, é importante entender o contexto desse fato. Quase seis mil anos atrás, em uma única semana, Deus preparou este mundo para os seres humanos viverem, conforme explicado no primeiro capítulo de Gênesis. E nos dias que antecederam à criação do homem, Deus criou diferentes formas de vida, cada uma delas para se reproduzir “segundo a sua espécie” (versículos 11-12, 21, 24-25).
Esse princípio contradiz o conceito comum da teoria da evolução — a ideia de que as criaturas evoluíram de uma espécie à outra. (Deus projetou o código genético para permitir mudanças limitadas dentro das espécies, mas não de uma espécie para outra).
Diversas vezes, após declarar que as criaturas deveriam se reproduzir segundo sua espécie, Deus disse que faria o homem à Sua própria imagem e semelhança (novamente, versículos 26-27). A implicação clara disso é que o homem foi criado segundo o "gênero de Deus", por assim dizer, pois Deus pretendia se reproduzir através dos seres humanos. De fato, Gênesis 5:1-3 Deus compara a reprodução de Adão, o primeiro homem, à Sua própria semelhança quando diz Adão “gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e chamou o seu nome Sete".
A humanidade foi, portanto, criada com um potencial realmente extraordinário. O futuro da humanidade, como explicado em outras partes das Escrituras, é entrar na família de Deus como Seus filhos (1 João 3:1-2; 2 Pedro 1:4; 2 Coríntios 6:18). Contudo, os seres humanos, como criaturas físicas de carne e osso, a princípio, foram criados em um nível muitíssimo inferior a Deus.
Pela maneira como foi criado, a “semelhança” do homem com Deus é bastante restrita — limitado a semelhanças comuns na aparência, sentimentos, pensamentos, habilidades, criatividade e capacidade de governar — ou seja, tudo em um sentido bem inferior a Deus. No entanto, Deus pretende que o homem termine compartilhando Sua glória divina, poder, inteligência, sabedoria e caráter justo e amoroso. (Ver capítulos intitulados "Deus Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo" e "O Propósito de Deus Para a Humanidade").
O caráter do Deus Todo-Poderoso é perfeito. Ele é inerentemente bom e não pode pecar. E Deus deseja que Seus filhos sejam assim também. Contudo, até mesmo Deus, que é todo-poderoso, não pode criar um caráter perfeito nos seres humanos simplesmente por Seu próprio desejo. O desenvolvimento do caráter justo requer uma decisão consciente de um ser de livre-arbítrio que deve conduzir sua vida com base no conhecimento do que é moralmente certo e errado, escolhendo o que é certo e rejeitando o que é errado.
Novamente, quando Adão e Eva, nossos primeiros pais humanos, foram criados, eles receberam uma vida física, carnal e de duração limitada. “E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2:7).
A palavra hebraica nephesh, traduzida como "alma" em Gênesis 2:7. Ela é usada quatro vezes no primeiro capítulo de Gênesis em relação a animais (Gênesis 1:20, 21, 24, 30) e é traduzida como "corpo" na frase "corpo de um morto" em Números 6:6. Mais tarde, foi dito ao primeiro homem: “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gênesis 3:19).
O livro bíblico da sabedoria conhecido como Eclesiastes contém esta exortação: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Eclesiastes 9:10, ARA; ver também versículo 5). Portanto, não há consciência na morte, que é comparada em outras passagens das Escrituras com o sono totalmente inconsciente (ver, por exemplo, João 11:11-14; 1 Coríntios 11:30; 15:51; 1 Tessalonicenses 4:13-14).
Os seres humanos são mortais, sujeitos a corrupção e decadência. Eles não possuem imortalidade na forma de uma "alma imortal". Na verdade, eles não têm vida eterna. Uma oração bíblica declara: “Se eu morrer, se eu descer à cova, que vantagem haverá? Acaso o pó Te louvará? Proclamará a Tua fidelidade?” (Salmos 30:9, NVI). Outra escritura afirma: “Porque na morte não há lembrança de Ti; no sepulcro quem Te louvará?” (Salmos 6:5). (Ver capítulo intitulado “As Ressurreições e o Julgamento”).
Os seres humanos têm um elemento espiritual em sua composição — o espírito humano (Jó 32:8; Zacarias 12:1). Esse espírito é que transmite intelecto ao cérebro humano, proporcionando à mente humana habilidades muito superiores a outras criaturas físicas: “Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está?” (1 Coríntios 2:11).
Após a morte, inconsciente e separado do corpo, esse espírito retorna a Deus (Eclesiastes 12:7). Em uma futura ressurreição, àqueles que morreram receberão de Deus esses espíritos de volta em novos corpos, assim voltarão à consciência inteligente com suas personalidades e memórias intactas.
A princípio, os seres humanos criados estão incompletos. Deus quer compartilhar com eles Sua própria natureza e permitir que se tornem Seus verdadeiros filhos espirituais. E isso somente é possível unindo o Espírito Santo com o espírito humano de cada pessoa (Romanos 8:16), proporcionando assim uma compreensão superior e piedosa, e a transmissão do caráter amoroso de Deus (1 Coríntios 2:10-16; Romanos 5:5). Através do Espírito Santo Deus nos transformará em seres que, ressuscitados ou transformados no retorno de Cristo, viverão com Ele para sempre (Romanos 8:11).
Deus deseja dar a todo ser humano o dom da vida eterna como membro de Sua família. A vida eterna não é algo que alguém possa ganhar. Entretanto, Deus não concederá esse precioso dom àquele que não se submeter voluntariamente a Ele e a Sua lei (1 Coríntios 6:9-10).
Na Bíblia, a vida eterna na família de Deus é chamada de salvação, pois aqueles que têm imortalidade nessa família nunca mais estarão sujeitos à morte. Deus nos revela, através das Escrituras divinamente inspiradas, que a salvação não é concedida automaticamente a todo ser humano. Ele concederá essa bênção somente àqueles que estejam dispostos a obedecer-Lhe (Apocalipse 21:7-8).
Deus não tem nenhuma obrigação de dar a vida eterna aos seres humanos em Seu reino espiritual, mas sabemos que Deus é amor (1 João 4:8). Portanto, com uma preocupação altruísta e desinteressada, Ele criou um plano em que podemos receber a salvação, a maior bênção possível que um Criador amoroso pode conceder (Lucas 12:32).
Quando Deus criou Adão e Eva, Ele deu-lhes acesso à árvore da vida, símbolo da vida eterna (Gênesis 2:9; 3:22). E Ele ordenou que não comessem o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, que simbolizava escolher e determinar, por conta própria e sem Deus, o que é certo e o que é errado.
Mas eles desobedeceram à ordem de Deus, e isso constitui pecado ou ilegalidade (1 João 3:4). E o pecado leva à morte (Gênesis 2:17; Ezequiel 18:4, 20; Romanos 6:23). Todo pecado prejudica o caráter daquele que o pratica. Cometer pecado prejudica tanto o pecador quanto a sociedade em geral. (Ver capítulo intitulado "O Pecado e a Lei de Deus”).
Adão e Eva, como todos os seres humanos, receberam liberdade de escolha e, sob a influência de Satanás, violaram o expresso mandamento de Deus (Gênesis 3:1-6). (Ver capítulo intitulado "Satanás, o Diabo"). Assim, os primeiros seres humanos começaram a viver de uma maneira contrária à vontade de Seu amoroso Criador, colocando-se sob a pena de morte, a qual Deus já lhes havia advertido. Nenhum ser humano, exceto Jesus Cristo, o Filho de Deus, viveu uma vida sem pecados (Eclesiastes 7:20; Romanos 3:23; Hebreus 4:15).
Apesar da atitude pecaminosa do ser humano, o plano de Deus para a humanidade não foi frustrado. Em sua onisciente sabedoria e misericórdia, Deus providenciou um meio pelo qual os seres humanos podem ser reconciliados com Ele (João 3:16-17). As pessoas ainda podem desenvolver um caráter divino, que é um pré-requisito para receber o preciosismo dom divino da vida eterna como filhos de Deus (1 Coríntios 15:22; Gálatas 2:20). Mas, apesar dessa libertação providenciada por Deus, a morte reina sobre toda a humanidade porque todos pecaram (Romanos 5:12).
Deus deseja ver um relacionamento harmonioso — entre Ele e os seres humanos, e também entre os próprios seres humanos, entre indivíduos e povos. Mais uma vez, Deus está no processo de formar Sua grande família, que deve ser retratada pela família humana. E isso nós também vemos na sagrada instituição do casamento. Ao criar Adão, Deus disse que não era bom que ele ficasse sozinho (Gênesis 2:18). O homem precisava de companhia. Assim, Deus fez a mulher e estabeleceu o casamento (versículos 21-25) — uma parceria pactual entre um homem e uma mulher e Deus (Mateus 19:4-6; Malaquias 2:14).
O relacionamento matrimonial devia ser um modelo do relacionamento que Jesus Cristo acabaria tendo com a Igreja de Deus (Efésios 5:22-23). E Deus também declarou que o marido e a esposa são “um” para gerar filhos divinos (Malaquias 2:15). O casamento é um compromisso muito sério, salvaguardado na lei de Deus. (Consultar novamente o capítulo intitulado "O Pecado e a Lei de Deus”).
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